Com grande alegria foi anunciado nesta terça-feira, 15 de abril de 2025, que Maria Milza dos Santos Fonseca já poderá ser chamada de Serva de Deus. Após a recepção da carta oficial do Dicastério para as Causas dos Santos, assinada por Sua Eminência Cardeal Marcellus Semeraro, Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o processo de Beatificação e Canonização de Maria Milza está oficialmente autorizado.
Em resposta à solicitação do Bispo Diocesano de Ruy Barbosa, Dom Estevam dos Santos Silva Filho, o Dicastério confirmou que não há impedimentos para que a causa prossiga, observadas as normas estabelecidas para as inquirições diocesanas. Este importante passo nos enche de esperança, pois nos aproxima do momento em que poderemos testemunhar a santidade de Maria Milza, nossa Mãezinha, que partiu para a Casa do Pai em 1993.
O processo passará agora para a primeira fase, que é a fase diocesana, com a instalação do tribunal em 15 de agosto de 2025, data que marcará os 102 anos do seu nascimento.
Em breve, serão divulgados os detalhes e os decretos de nomeações necessárias para a instalação do referido tribunal que será instalado no próprio povoado de Alagoas.
Pedimos a todos os devotos e fiéis que unam suas orações e fervor para que, por intercessão da Serva de Deus Maria Milza, possamos alcançar as graças necessárias para a continuidade deste processo.
Com fé e esperança, seguimos firmes neste caminho, confiantes na intercessão de nossa querida Mãezinha.
Biografia Histórica de Maria Milza dos Santos Fonseca: Fé, Caridade e Esperança
Maria Milza dos Santos Fonseca nasceu em 15 de agosto de 1923, na comunidade rural de Alagoas, a 12 km de Itaberaba, no interior da Bahia, Brasil (Diocese de Ruy Barbosa). Criada em um lar profundamente cristão, foi a caçula de doze irmãos, filha de Teotônio Ferreira Fonseca e Tereza Santos Fonseca, ambos agricultores. Desde jovem, Maria Milza demonstrava um espírito extraordinário de caridade e devoção à fé católica, características que moldaram sua vida e deixariam um legado espiritual profundamente enraizado na região.
Crescendo em uma comunidade rural e humilde, Maria Milza aprendeu desde cedo a importância da partilha e da solidariedade. Mesmo com poucos recursos, fazia questão de ajudar os mais necessitados. Trabalhava na roça e ajudava na casa de farinha da família, onde transformava a mandioca em farinha e beiju, repartindo generosamente o que tinha com os mais pobres, muitas vezes oferecendo tudo o que dispunha. Sua generosidade era incondicional, e a casa de farinha se tornou um símbolo de sua entrega aos que passavam fome. Maria Milza foi uma mulher profundamente dedicada à oração e à intercessão pelos outros. Além de oferecer ajuda material, nutria uma espiritualidade exemplar.
Com seu rosário nas mãos e um profundo amor por Nossa Senhora, a quem chamava carinhosamente de “Mãezinha do Céu”, tornou-se uma intercessora espiritual para muitos que vinham até ela em busca de consolo e esperança. Sua fama de santidade começou a se espalhar, e não eram poucos os que recorriam a ela em momentos de necessidade.O heroísmo de Maria Milza era evidente em sua incansável dedicação aos doentes e necessitados. Caminhava longas distâncias para visitar aqueles que estavam acamados, levando não só medicamentos, mas também uma palavra de conforto e esperança. Muitos relatavam que sua simples presença trazia paz e alívio, e havia uma convicção generalizada de que suas orações tinham um poder especial para curar e restaurar.
Com seu coração generoso, Maria Milza também se destacava pela sua capacidade de mobilizar a comunidade em torno da fé e da caridade. Ela organizava grupos de oração e incentivava as pessoas a confiarem na providência divina. Era conhecida por dizer que “Deus nem tarda, nem falha”, confiando que, apesar das adversidades, a fé sempre traria uma resposta. Seu exemplo de coragem e confiança em Deus inspirava todos ao seu redor. Além de seus feitos espirituais, Maria Milza desempenhou um papel importante na educação de crianças e jovens da comunidade. Tendo estudado até a 4ª série, alfabetizava as crianças usando cartilhas católicas, transmitindo-lhes valores cristãos ao mesmo tempo em que ensinava a ler e escrever. Através dessa missão educativa, plantava sementes de fé e conhecimento nos corações dos pequenos, sempre associando as letras do alfabeto a conceitos religiosos, como A de Amor e D de Deus.
A comunidade de Alagoas, onde Maria Milza viveu e realizou suas obras, tornou-se um lugar de peregrinação para muitos que buscavam inspiração em sua vida. Ao longo dos anos, bispos, padres, religiosas e inúmeros fiéis vinham de longe para conhecer essa mulher que, com sua simplicidade e fervor, era um exemplo vivo do Evangelho. Sua casa se transformou em um local de acolhimento e oração, onde os pobres e aflitos sempre encontravam uma palavra de esperança.
Mesmo após sua morte em 17 de dezembro de 1993, a devoção a Maria Milza só cresceu. Ela foi sepultada na capela de Santo Antônio, na comunidade de Alagoas, e até hoje, muitos romeiros e romeiras visitam seu túmulo, movidos pela fé em sua intercessão. O testemunho de sua vida dedicada à oração, à caridade e à confiança em Deus permanece como um legado vivo, inspirando gerações a seguirem seu exemplo de amor ao próximo e devoção a Cristo e à sua Mãe Santíssima. Acreditamos que sua vida simples, porém heroica, merece ser reconhecida pela Igreja e estudada como possível exemplo de santidade. Com base na vida virtuosa e na fama de santidade que Maria Milza cultivou, pedimos humildemente ao Dicasterio para a Causa dos Santos a permissão para iniciar o processo de sua beatificação.
Fonte: Diocese de Ruy Barbosa
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