terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Avó suspeita pela morte de filha e netos com arroz envenenado confessa assassinato de vizinha



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Maria Jocilene morreu 20 dias depois de ter alta (Fotos: TV Globo, Reprodução; TV Clube, Reprodução)

Maria dos Aflitos, avó das três crianças que morreram após comerem um arroz envenenado com chumbinho no Ano-Novo no Piauí, confessou ter matado a vizinha, Maria Jocilene da Silva, para culpá-la pelas mortes no caso do arroz e tirar a culpa do marido. A mulher, segundo a polícia, teria bebido um café envenenado pela suspeita. As informações são do Fantástico.

Maria dos Aflitos é mãe de Francisca Maria, que também morreu, e esposa de Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto das crianças e preso como principal suspeito do crime. Ela também foi presa na última sexta-feira (31), quando confessou o assassinato da vizinha.

A vizinha também foi internada no episódio do arroz envenenado, mas recebeu alta no dia seguinte. Entretanto, ela voltou ao hospital, em estado gravíssimo, 20 dias depois, quando morreu. Segundo a polícia, ela visitou a casa onde o crime aconteceu, passou mal e precisou ser levada ao hospital.

Maria dos Aflitos teria, de acordo com o delegado Abimal Silva, envenenado o café para que a morte de Maria Jocilene parecesse suicídio. Assim, ela levaria a culpa pelos outros crimes e seu marido seria solto.

— Eu fiz isso, mas eu me arrependo. Me arrependo amargamente — confessa Maria dos Aflitos.

Ela diz que não sabe quem comprou o veneno, mas que “deve ter sido ele, o Assis”, e que ele deve ter “esquecido atrás do fogão”

Motivação

Segundo o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, a principal motivação para o crime contra a família seria a situação econômica, onde o casal queria “se livrar dos filhos” pela “situação de muita pobreza”.

Em depoimento dado no dia 5 de janeiro, Francisco disse que achava Francisca Maria da Silva “com mente boba, tola”. Na casa do homem, foram encontrados livros de nazismo. Ele foi preso dia 8 de janeiro.

— Todo material foi analisado, em um livro específico nós observamos alguns grifos. Teve uma frase sublinhada pelo Francisco de Assis que dizia o seguinte: os venenos devem ser sem gosto e sem cheiro — disse o delegado.

Quem são as vítimas

Francisca Maria da Silva, de 32 anos, que morreu na madrugada de terça (7), foi a quarta vítima do envenenamento. Também morreram dois filhos dela, de um ano e três anos, e o irmão dela, de 18. A filha dela, de quatro anos, morreu no dia 21 de janeiro e foi a quinta vítima do episódio. As demais pessoas já receberam alta.

Francisca tinha cinco filhos, sendo que quatro deles morreram por envenenamento. Além dos dois que faleceram após comer o baião de dois (arroz com feijão), outros dois morreram depois de comerem cajus envenenados em agosto de 2024.

Francisco de Assis Pereira da Costa e Maria dos Aflitos também são os principais suspeito desse crime, após a confirmação de que não havia chumbinho nos cajus ingeridos pelas crianças, que haviam sido oferecidos por Lucélia Maria Gonçalves, uma vizinha da família, até então principal suspeita do crime.

A casa de Lucélia, que ficou cinco meses presa, foi apedrejada e incendiada. No dia da prisão, foi encontrado o mesmo veneno na casa dela e, por isso, ela foi detida.

Eu durmo, mas pouco. Isso mexeu muito comigo — diz Lucélia, solta no mesmo dia da prisão de Francisco.

O que tinha no arroz

A substância encontrada foi o veneno “terbufós”, da classe dos organofosforados, utilizado como inseticida e nematicida (pragas de plantas). Ele ataca o sistema nervoso central e a comunicação entre músculos, causando tremores, crises convulsivas, falta de ar e cólicas.

Os efeitos aparecem pouco tempo depois da exposição ao veneno, podem deixar sequelas neurológicas e causar a morte.

O que dizem as defesas

A defesa de Francisco de Assis respondeu ao Fantástico que “em conversação com o seu advogado de defesa, o Sr. Francisco de Assis reitera sua inocência, desconhecendo a confissão da Sra. Maria dos Aflitos acerca de seu suposto envolvimento” e que deve “se manifestar no momento oportuno, após a conclusão do inquérito, tendo em vista que a Defesa Técnica ainda não teve acesso aos laudos dos exames periciais e ao depoimento na íntegra da Sra. Maria dos Aflitos”.

Já Maria dos Aflitos não tem advogado de defesa.

Veja fotos do caso do arroz envenenado

Foram encontrados livros de nazismo com Francisco de Assis 
(Foto: TV Globo, Reprodução)


Fonte: Ncstotal

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