quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

OMS alerta que suspensão de recursos dos EUA a programa de Aids pode causar 'ameaça global'



Compartilhe

                   

O prédio-sede da agência das Nações Unidas para a AIDS (UNAIDS) em Genebra, na Suíça. — Foto: Wikimedia/Domínio Público

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a recente decisão do governo de Donald Trump de interromper o financiamento para programas de HIV, que beneficiam milhões de pessoas em países de baixa e média renda, incluindo o Brasil, pode representar uma "ameaça global" significativa para pessoas que vivem com o vírus.

Segundo a OMS, a medida, que afeta diretamente iniciativas como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR, na sigla em inglês), põe em risco a vida de mais de 30 milhões de pessoas ao redor do mundo que dependem desses programas para acesso a terapias antirretrovirais essenciais.

"Essas medidas, se prolongadas, podem levar ao aumento de novas infecções e mortes, revertendo décadas de progresso e possivelmente levando o mundo de volta aos anos 1980 e 1990, quando milhões morriam de HIV a cada ano, incluindo muitos nos Estados Unidos", afirmou a organização, em nota.
Com o congelamento do financiamento, Trump determinou que países onde o PEPFAR está presente deixem de distribuir medicamentos contra o HIV adquiridos com a ajuda dos EUA, mesmo que já estejam estocados em clínicas locais.

Por causa disso, a medida já resultou no fechamento de clínicas e na suspensão de atendimentos em diversos países africanos.

"Pedimos ao governo dos Estados Unidos que conceda isenções adicionais para garantir a entrega de tratamento e cuidados essenciais para o HIV", acrescentou a OMS.

Na África do Sul, serviços de HIV/AIDS foram suspensos por ONGs devido aos cortes no financiamento. Já na Nigéria, estima-se que a perda de US$ 390 milhões anuais (aproximadamente R$ 1,9 bilhão) afetará os serviços de saúde.

No Brasil, o PEPFAR também tem um papel importante no enfrentamento ao HIV. O programa financia ações para facilitar o acesso a autotestes em várias capitais brasileiras e colabora com instituições como a Fiocruz para implementar projetos de conscientização e prevenção.

Além disso, o programa também contribui para fortalecer os sistemas de saúde, ampliando a profilaxia pré-exposição (PrEP), melhorando o diagnóstico precoce e ajudando a evitar a interrupção do tratamento.

O g1 questionou o Ministério da Saúde sobre os impactos da suspensão do financiamento do PEPFAR no Brasil. A pasta enviou a nota abaixo:

Nota do Ministério da Saúde, na íntegra

O Ministério da Saúde garante orçamento crescente para a assistência integral aos pacientes com HIV/aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) pelo SUS, incluindo ações de prevenção, diagnóstico e tratamento, com oferta gratuita de antirretrovirais.

Entre os avanços recentes, destacam-se a ampliação do acesso à Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que contribuiu para o aumento de usuários de 50,7 mil em 2022 para 104 mil em 2023. Em dezembro, foi anunciado a inclusão do antirretroviral fostemsavir, ampliando as opções terapêuticas para pacientes com vírus multirresistentes.

Outra iniciativa importante foi o lançamento do Painel Integrado de Monitoramento do Cuidado do HIV, uma ferramenta digital que oferece indicadores atualizados sobre diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pessoas vivendo com a doença no Brasil.


O termo HIV é usado para se referir ao vírus da imunodeficiência humana. Já AIDS significa síndrome da imunodeficiência adquirida. — Foto: shutterstock

Números do HIV e da Aids
A estimativa do Ministério da Saúde é de que um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil.

E em 2023 (números mais recentes), o país registrou 46.495 novos casos de infecção, um aumento no número de pessoas que testaram positivo.

Por outro lado, no mesmo ano, o país também enfrentou 10.338 mortes relacionadas à Aids, a menor mortalidade pela síndrome dos últimos 10 anos.

Já a faixa etária com maioria dos casos de Aids é a de 25 a 29 anos de idade, com 34%, seguida da de 30 a 34 anos, com 32,5%.

Fonte:G1 Globo 


                        PUBLICIDADE       







 PUBLICIDADE



   










Publicidade Google