Sebastião foi encontrado sem vida após deixar recado escrito com o próprio sangue na parede. (Foto/ Reprodução: Facebook)Na tarde desta segunda-feira (18/11) amigos e estudantes de medicina estiveram em frente ao Servicio Departamental de Salud de Santa Cruz com cartazes e manifestos pedindo justiça pela vida de Sebastião. A imprensa e outros meios de comunicação estiveram no local colhendo entrevistas.
A morte de Júnior gerou uma onda de comoção entre amigos, familiares e a comunidade de estudantes brasileiros na Bolívia. Colegas têm usado as redes sociais para pedir justiça e uma investigação rigorosa sobre as circunstâncias do ocorrido. Sebastião deixa uma esposa e uma filha recém-nascida na Bolívia, além de outra filha no Brasil. As autoridades bolivianas ainda não divulgaram informações detalhadas sobre o caso.
O CASO
O estudante de medicina Sebastião Peixoto Júnior, natural de Ruy Barbosa, na Bahia, foi encontrado morto em uma residência na cidade de Cochabamba, Bolívia, na quinta-feira, 14 de novembro de 2024. O caso, que chocou amigos e familiares, segue sob investigação pelas autoridades bolivianas.
Júnior, que estava a apenas quatro meses de concluir o internato, enfrentava dificuldades financeiras para custear seus estudos no país vizinho. Em diversas ocasiões, ele recorreu a campanhas de arrecadação online para conseguir recursos. No final de 2023, lançou uma dessas campanhas com o objetivo de finalizar seu curso de medicina.
Colegas que vivem na Bolívia relataram que a polícia técnica esteve no local por volta das 23h (horário local) para realizar o levantamento cadavérico. A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente, mas o caso está cercado de suspeitas, especialmente após um desabafo público feito pelo estudante.
DENÚNCIA NAS REDES SOCIAIS
No dia 3 deste mês, Júnior utilizou sua conta privada no Facebook para denunciar irregularidades no ambiente de trabalho. Ele apontou casos graves de corrupção, como supostas propinas pagas para a troca de locais de estágio e favorecimento de hospitais por advogados. Segundo ele, as denúncias eram assuntos que outros estudantes evitavam por medo de represálias.
O caso segue sob investigação pelas autoridades bolivianas e a causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente. Antes de morrer, o estudante fez uma publicação em sua página no Facebook, com desabafo sobre irregularidades no ambiente de trabalho.
“Dias difíceis cheios de plantões sem descanso, mas estou aqui enfrentando do meu jeito pois me faltam 4 meses e 27 dias para terminar meu internato aqui na Bolívia… eu não sabia que era assim cheio de punições, castigos (você fica no hospital 24h ou 48h), privados de higienização básica como tomar banho, trocar de roupa etc e lugar pra dormir? nem sonhando, o tratamento é desumano, tentei mudar de hospital, mas os advogados dois aproveitadores, pois é o que mais tem aqui, só fizeram me trapacear, e a universidade não salvaguarda os direitos dos alunos, exceto se você paga $1500 dólares você muda de hospital”, disse Sebastião.
O estudante continuou dizendo que não recomenda a ninguém estudar Medicina na Bolívia e a intenção do texto é expor algo que quase ninguém sabe e que “quase ninguém tem coragem por conta de represálias”.
Confira na íntegra:
Nas redes sociais, amigos e familiares pedem justiça por Sebastião. O caso também foi exposto por uma página, de Marielly Arruda, que compartilha a sua rotina na Bolívia:
MENSAGEM DE SANGUE NA PAREDE
Outra informação que chocou todos foi uma mensagem deixada por Sebastião Junior em uma parede onde o mesmo teria sido achado sem vida. De acordo com fontes do site Ruy Barbosa Notícias, as palavras escrita por Sebastião na parede foram feitas com seu próprio sangue.
Confira:
A informação do protesto feito por amigos e estudantes da Bolívia repercutiu na imprensa local, chegando a passar na TV:
Fonte Ruy Barbosa Notícias
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