quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Outubro Rosa: Psicóloga reflete sobre importância do resgate da autoestima para mulheres em tratamento



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Especialista em psico-oncologia deu dicas para o resgate da autoestima |  Bnews - Divulgação Ilustrativa / FreePik


O diagnóstico e tratamento de um câncer é sempre um momento difícil para o paciente e para a família. Os efeitos são diversos, afetando a saúde, psicológico e até a autoestima das pessoas que estão passando pelo procedimento.

Neste Outubro Rosa, a psicóloga Raphaella Pires, especializada em psico-oncologia, campo da psicologia que oferece suporte emocional para a família e paciente enfrentando a doença, conversou com o BNews sobre os impactos da doença no psicológico dos pacientes. "O impacto emocional começa mesmo antes de se haver um diagnóstico de câncer. Por ter uma representação social muito forte de fatalidade e até mesmo de ser vista como castigo por parte da população, a mera suspeita do câncer pode gerar impactos significativos", explicou.

A profissional também pontuou como a doença pode impactar diretamente na autoestima das mulheres. "A autoestima é um conceito amplo que abarca a forma como nos enxergamos (conceito de si), nossa capacidade de resolução dos desafios e problemas (autoeficácia), nossa percepção acerca da própria imagem e também a forma como nos recompensamos. Os impactos emocionais decorrentes do diagnóstico e tratamento oncológico, podem interferir em todos esses aspectos, uma vez que pode trazer mudanças significativas para rotina e papéis sociais desenvolvidos por essa mulher, como por exemplo o afastamento do trabalho, a dificuldade em cuidar dos filhos, a insegurança perante a parceria amorosa", detalhou.

Raphaella destacou a importância do resgate da autoestima para essas mulheres, não só por uma questão estética, mas como um fortalecimento emocional perante tantas mudanças. A psicóloga destacou as principais estratégias psicológicas para a reconstrução dessa estima fragilizada.

Acompanhamento: "O acompanhamento psicológico nestes casos será fundamental, pois um profissional capacitado irá compreender as necessidades específicas de cada mulher para ajudá-la de forma individualizada. Associado a esse acompanhamento, acolher e validar os sentimentos presentes", informou.

Autoimagem e amor próprio: "Entender que a autoimagem é apenas um dos componentes da autoestima pode ajudar a direcionar para ações que fortaleçam os demais aspectos e que ajudam a equilibrar essa visão sobre si mesma, como, por exemplo, uma mulher que perde o cabelo durante o tratamento da quimioterapia pode não se enxergar nessa nova imagem, mas pode flexibilizar seus pensamentos sobre essa perda e o que ela significa", declarou.

A especialista também citou adereços que podem ajudar a lidar com as alterações da imagem corporal. Sendo eles:


Turbantes;
Tatuagem;
Perucas/laces;
Maquiagem;
Micropigmentação de sobrancelhas;
Tatuagens nos mamilos.

"As diversas perdas na imagem corporal com a doença e o tratamento podem causar desequilíbrio nas crenças da mulher que passa pelo câncer de mama, e gerar sofrimento diante de tantas mudanças que esse diagnóstico traz. Vivemos em um mundo em que existe uma cobrança muito maior sobre as mulheres sobre sua aparência física, que muitas vezes é vista como seu único e mais importante atributo. Dessa forma, é compreensível que esse tema seja motivo de angústia em muitas pacientes diagnosticadas com câncer, pois elas temem não ser mais valorizadas pelas pessoas e suas parcerias amorosas ou que essa imagem impacte na visão de clientes, colegas de trabalho e chefes. Para cada paciente as mudanças na autoimagem terá um significado diferente", refletiu.

Fonte BNEWS 


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