O valor médio do animal terminado entre janeiro e julho de 2024 foi de R$ 232,59/@ (base SP) e ficou 14,46% abaixo do preço médio do mesmo período de 2023 (R$ 271,92/@), informa a Agrifatto, em relatório especial sobre o atual ciclo pecuário brasileiro.
Segundo a consultoria, o boi gordo paulista atingiu a sua mínima em setembro/23 e chegou a registrar alta de 15,86% até janeiro/24. No entanto, a arroba ainda permanece estagnada na casa dos R$ 230-240/@.
“Como ainda enfrentamos uma oferta volumosa de bovinos, é cabível acreditar que o boi gordo não deve enfrentar uma pressão de alta tão grande durante o final de 2024”, prevê a Agrifatto.
No mercado futuro, a B3 aponta (referência em 20/08/24) preços para o boi gordo em outubro/24, novembro/24 e dezembro/24 de R$ 241,10/@, R$ 243,40/@ e R$ 246,60/@, respectivamente.
No entanto, diz a Agrifatto, o comportamento histórico entre o mês de agosto e esses meses citados acima indica variações positivas maiores, mas ainda assim, comedidas.
Os analistas acreditam em valorizações nos preços do boi gordo durante os próximos meses, mas acham difícil cotações acima de R$ 260/@ no curto prazo (até dez/24).
Diante de tal conjuntura, a Agrifatto recomenda, em seu novo relatório, algumas estratégias aos pecuaristas, seguidas de acordo com a atividade que é adotada na fazenda. Confira:
Criadores
Ainda continua um bom momento para vender menos e repor mais: a janela para a compra de boas matrizes de reposição ainda está aberta! O bezerro está com preços estagnados desde julho/23, sem novas quedas robustas, ou seja, o mercado de reposição já encontrou seu ponto de equilíbrio atual.
Embora o momento seja de preços desafiadores para a venda, a visão estratégica atual de longo prazo indica para aumento da taxa de reposição de matrizes. Para tanto, é necessário estar atento à capacidade de suporte da fazenda. Aumentar estoque sem poder absorver essa oferta acarretará sobrecarga no pastejo. Portanto, um bom manejo é fundamental para poder aproveitar as oportunidades da fase de baixa do ciclo!
O objetivo agora é aproveitar a chance para chegar a 2025/26 com um estoque maior de arrobas para vender. Com mais matrizes agora, o número de bezerros a se oferecer adiante será maior justamente na fase em que a categoria estará se valorizando novamente.
Recriadores
A estratégia do criador deve ser adaptada ao recriador: é hora de comprar animais que permitirão um aumento do estoque de arrobas em 2025/26. Isso significa que comprar bezerros e desmamas para recriar é recomendado.
A fazenda do recriador, neste momento, deve estar em plena capacidade para receber mais animais do que o padrão dos últimos anos. Se não houver capacidade de suporte, não será possível aplicar a estratégia e, nesse caso, talvez seja válido arrendar áreas para não perder a oportunidade que o mercado oferece.
Com o preço do bezerro estagnado, a margem para o recriador deve ficar menos apertada do que nos últimos anos, ou seja, o momento é de aumentar o máximo possível a lotação da fazenda.
Invernistas
O invernista precisa focar em otimizar as operações e trabalhar travado, sem folga, principalmente aqueles que operam tiros mais “curtos” (até 120 dias).
O momento e as condições de oferta mais ampla não favorecem a ocorrência de fortes altas no curto prazo (até final do ano). Pelo contrário: notícias baixistas ganham força em fases de baixa de ciclo e aumentam o risco operacional neste momento.
As operações devem estar amarradas: hedge da compra de insumos e da venda dos animais terminados para travar a margem. Uma possibilidade interessante para colocar no radar: buscar áreas de arrendamento para compra de estoque de animais que futuramente servirão à engorda.
Pode ser uma forma eficiente de reduzir o desembolso da operação, já que traz a vantagem grande recriar animais no momento da queda intensa de preços. Comprar barato para promover o aumento do estoque e comercializá-lo com intensidade no momento de alta (2025/26).
Fonte Portal dbo