Pedra tem 60 centímetros de altura, 20 centímetros de largura e 20 centímetros de profundidade. — Foto: Divulgação/Receita Federal
O valor mínimo de lance para arrematar o item valioso era de R$ 115 milhões. De acordo com a Receita Federal, apesar de considerado alto, o valor da pedra ainda estava abaixo do que ela vale, conforme aponta o laudo técnico geológico, a partir de uma perícia feita em 2 de agosto de 2022. A pedra tem 60 centímetros de altura, 20 centímetros de largura e 20 centímetros de profundidade.
O relatório do item afirma que a precificação da mercadoria não segue os métodos de avaliação de gemas para o mercado de joias e que essa peça apresenta valor comercial para colecionadores, museus e universidades, "dada sua raridade e beleza própria".
Humberto Alves, presidente da Cooperativa Mineral da Bahia, sediada em Pindobaçu, informou ao g1 que entre as cinco pedras gigantes de esmeralda encontradas na Mina Carnaíba, uma delas foi localizada em 2017 e pesa 150 kg.
"Ao longo de mais de 20 anos, outras pedras menores de esmeralda foram encontradas. Eram lindas também, mas com peso bem inferior às outras que ultrapassam os 100 kg", afirmou Humberto.
Confira abaixo detalhes de três delas.
Primeira pedra encontrada
Imagem de outubro de 2001 mostra pedra de esmeralda encontrada na Bahia — Foto: Andrew Spielberger/AP
A região onde a Mina Carnaíba está localizada é conhecida pela exploração do mineral. A primeira pedra, achada em 2001, tem 380 kg e foi avaliada em cerca de U$ 400 milhões.
A esmeralda foi levada para os Estados Unidos ilegalmente e, durante vários anos, foi motivo de uma disputa judicial entre o governo brasileiro e o americano. Até que, em 2015, foi decidido que a pedra ficaria com um grupo empresarial dos Estados Unidos.
Após ser encontrada na Bahia, a esmeralda foi levada para São Paulo, mas em 2005 foi enviada a um geólogo da Califórnia. O homem encaminhou a pedra para Nova Orleans, onde permaneceu desaparecida por várias semanas após as inundações provocadas pelo furacão Katrina, em agosto de 2005.
Depois de ser resgatada na água, a esmeralda terminou nas mãos do empresário californiano Larry Biegler, que comunicou seu desaparecimento em 2009.
Uma investigação liderada pelo xerife do condado de Los Angeles localizou a esmeralda em Las Vegas, em posse dos sócios do grupo FM Holding.
A disputa então começou em 2009, com a disputa entre garimpeiros, compradores de pedras e sócios do FM Holdings sobre a propriedade da esmeralda. Quando a Justiça chegava em um veredicto, em setembro de 2014, o Brasil decidiu reivindicar seu direito ao pedir a dissolução do processo e a posse da esmeralda.
Paralelamente, o Brasil iniciou negociações com o governo americano para que a pedra fosse repatriada. No final de março de 2015, o juiz responsável pelo caso assinalou que o governo brasileiro "não fez nada para mostrar interesse sobre o caso", e descartou seu direito à esmeralda.
Segunda esmeralda
Esmeralda foi achada por mineradora em Pindobaçu, norte da Bahia — Foto: Reprodução/ TV Bahia
A segunda pedra encontrada tem 360kg e foi encontrada na Mina da Carnaíba em abril de 2017, avaliada em R$ 300 milhões.
A pedra foi localizada a 200 metros de profundidade pela Cooperativa Mineral da Bahia, que tem autorização para explorar a área, e vendida a um minerador da região.
Por motivos de segurança, o dono da pedra bruta não quis dar entrevista e nem informou quanto pagou pela esmeralda. Ao g1, o advogado dele informou que o cliente providenciou documentação para legalizar a propriedade da pedra adquirida por ele.
Terceira pedra
Esmeralda gigante é adquirida por empresário de Petrolina e outro de Curaçá — Foto: advogado José Cícero/ Arquivo pessoal
A terceira pedra, que pesa 137 kg e possui 60 cm, foi encontrada em julho de 2017 na Mira Carnaíba, e adquirida por um empresário do município de Petrolina, no sertão de Pernambuco, e um investidor de Curaçá, no norte da Bahia. O minério foi avaliado em aproximadamente R$ 500 milhões.
O empresário de Petrolina e um dos donos da esmeralda, que preferiu não se identificar, disse em entrevista ao g1, que atua no setor de mineração e disponibiliza patrocínio financeiro aos mineradores e garimpeiros da região. Segundo ele, por esse motivo, teve preferência na aquisição do minério.
O empresário disse ainda que adquiriu a peça devido à sua raridade e o destino da esmeralda gigante seria, a princípio, a comercialização no mercado externo. “ A esmeralda chama à atenção por se tratar de uma peça rara, uma das únicas do mundo com peso e tamanho semelhantes. Ela é uma verdadeira obra de arte esculpida pela natureza e com certeza será desejada por colecionadores, museus e universidades”, relatou.
Segundo o advogado dos donos do minério, foram providenciados o certificado de origem e a nota fiscal de compra, assim como todos os trâmites junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) e o Fisco, processo para demonstrar a regularidade e legalidade das transações.
Fonte G1