Uma pessoa com condição crônica pode dizer “sou hipertenso, sou diabético, sou obeso”, mas quem cuida dessas pessoas precisa evitar a adjetivação. Em vez de paciente diabético, pessoa com diabetes, pessoa com hipertensão, pessoa com obesidade. O regime/dieta deve ser substituído por alimentação saudável /plano alimentar; em lugar de insulino-dependente, usuário de insulina. Essas necessárias mudanças fizeram parte da apresentação da coordenadora de Educação em Diabetes e Apoio à Rede (Codar), Graça Velanes, sobre “Linguagem Importa”, realização da Coordenação de Ensino e Pesquisa (COEP), do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (CEDEBA).
A palestra deu sequência à campanha interna sobre “Linguagem Importa”, desenvolvida com cartazes educativos distribuídos pelos murais do Centro de Referência e, também, nos Grupos de Whatsapp. A iniciativa de divulgar a mensagem “Linguagem Importa” incorpora as conclusões do Fórum Intersetorial para combate às doenças crônicas não transmissíveis no Brasil, que traz a atualização da linguagem para diabetes, obesidade e outras condições clínicas de saúde.
A sessão foi iniciada pela coordenadora da COEP, Jeane Macedo, que ressaltou a importância do tema para a equipe de saúde. Depois foi a vez da assistente social e advogada, coordenadora de Apoio à Rede, Júlia Coutinho, destacar a importância da ação da Codar na divulgação do tema “Linguagem Importa”. Júlia observou que “a comunicação é mais ampla do que a seleção de palavras. Inclui também entonação”.
Júlia Coutinho citou uma reflexão de Fadlo Fraige Filho, presidente da ANAD – Associação Nacional de Atenção ao Diabetes – sobre a importância da linguagem “A abordagem das pessoas com diabetes pelos profissionais da área de saúde é de fundamental importância para o engajamento nos autocuidados, para o equilíbrio emocional e para toda a vida dessas pessoas. Tentar impor orientações e tratamentos através de ameaças das futuras complicações é uma escolha inapropriada, antipedagógica, que amedronta e leva ao pânico desnecessário, criando péssimo estigma da condição. Assim, entendemos que a abordagem educacional correta, individualizada para cada caso, deva ser alvo de publicações para a orientação e ajuste de conduta dos profissionais de saúde que trabalham com pessoas com diabetes”.
De acordo com o documento “Linguagem Importa”, as condições crônicas não transmissíveis (CCNTs) – mais conhecidas no Brasil como doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) – atingem mais de 50% da população brasileira e são a principal causa de mortes no país (76%). No Brasil, as transições epidemiológica, demográfica e social, urbana e nutricional são as principais responsáveis pelo maior número de mortes por DCNTs: doenças cardiovasculares (DCV) diabetes, doença renal crônica (DRC), doença pulmonar obstrutiva e câncer, entre outras..
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
Devido às características crônicas e, na maior parte das vezes, incuráveis das CCNTs, o documento “Linguagem Importa” destaca que “a educação em saúde empática, motivadora, inclusiva e respeitosa, que empodere estimulando a autonomia para cuidados baseados em decisões compartilhadas, tem como componente fundamental a comunicação”.
Fonte: Saúde/BA.GOV.BR
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