terça-feira, 24 de outubro de 2023

O que se sabe até agora sobre os ataques a ônibus no Rio



Compartilhe

Pelo menos 35 coletivos e um trem foram incendiados após a morte do sobrinho de um miliciano que atua na zona oeste da capital fluminense

Morte de miliciano levou ao maior ataque a ônibus da história do Rio
PEDRO KIRILOS/ESTADÃO CONTEÚDO


A cidade do Rio de Janeiro começou a semana com onda de ataques na zona oeste.


A suspeita é que as ações aconteceram após uma operação policial que resultou na morte do sobrinho de um miliciano que atua na região.


Quando começaram os ataques?

Os ataques começaram na tarde da última segunda-feira (23). Pelo menos 35 ônibus foram queimados.


De acordo com o Rio Ônibus — que é o sindicato das empresas do transporte coletivo na capital fluminense –, esse foi o maior número de ônibus queimados na cidade em um único dia.


Qual foi o prejuízo?

A cidade do Rio de Janeiro teve prejuízo de quase R$ 30 milhões com os incêndios, segundo o Rio Ônibus.


Houve outros equipamentos incendiados?

Um trem da SuperVia também foi incendiado nas proximidades da estação Tancredo Neves, no bairro de Santa Cruz.


De acordo com a empresa, uma composição “que saía de Santa Cruz sentido Central, às 18h04, foi abordada por bandidos nas proximidades da estação de Tancredo Neves”.


“O maquinista foi obrigado pelos bandidos a abrir a porta, a descer da composição e teve que retornar à estação. Os criminosos atearam fogo à cabine de um trem. Todos os passageiros desembarcaram em segurança.”


Por conta do ataque, as estações ficaram fechadas no trecho entre Benjamim do Monte e Santa Cruz.


. Quem foi morto?

Matheus da Silva Resende, de 24 anos, morreu horas antes dos ataques aos ônibus e trem durante um confronto com policiais civis numa favela no bairro de Santa Cruz.

Conhecido como Teteu ou Faustão, Resende era sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que desde 2021 é o líder do principal grupo miliciano que atua no Rio.

Faustão, era o segundo na hierarquia do grupo, segundo a polícia.


Quantas pessoas foram presas?

Segundo o governador Cláudio Castro (PL), pelo menos 12 pessoas foram presas por “ações terroristas” após atearem fogo aos coletivos.

“Prendemos 12 criminosos ateando fogo em ônibus. E esses criminosos já estão presos por ações terroristas. E como ações terroristas, estarão sendo encaminhados imediatamente para presídios federais, porque lá é local de terrorista”, afirmou Castro.

“Nossas forças de segurança estão unidas e ativas, e a nossa população pode dar um voto de confiança. Porque essa luta é para libertar nossa população dessas facções, dessas verdadeiras milícias”, declarou o governador.


O que disse o governador?

Castro afirmou que a morte de Faustão “foi um duro golpe na maior milícia da zona oeste”.


“Além do parentesco com o criminoso, ele atuava como ‘homem de guerra’ do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio”, disse o governador.


Como estão as investigações?

De acordo com Castro, as autoridades do estado querem prender o líder miliciano Zinho, além de Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, um dos milicianos mais procurados do estado, e Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, o Abelha, líder do Comando Vermelho (CV).

“É nosso compromisso e eu já tenho dito, prender os três maiores líderes do tráfico e da milícia do Rio de Janeiro. Hoje a nossa intenção era na milícia do miliciano conhecido como Zinho”, explicou Castro, sobre a operação em que Faustão morreu.


As aulas foram suspensas?

A Prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu as aulas nas escolas municipais da zona oeste após os atos da última segunda-feira.


A informação foi confirmada nas redes sociais pelo secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.


“Nossas equipes estão acompanhando de perto para minimizar os danos dessa guerra na vida do carioca, em especial nossos alunos e profissionais”, escreveu o titular da pasta.


O que disse o prefeito?

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que os responsáveis por atear fogo nos coletivos, além de bandidos, são burros.


“Quando o sujeito além de bandido é burro. Milicianos na Zona Oeste queimam ônibus públicos pagos com dinheiro do povo para protestar contra operação policial. Quem paga é o povo trabalhador. E para piorar, tivemos que interromper serviços de transporte na Zona Oeste para que não queimem mais ônibus”, afirmou Paes.


“Ou seja, únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais! Como prefeito, apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam”, prosseguiu.



A segurança será reforçada no Rio?

O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que aumentará ainda mais as equipes federais que estão no Rio de Janeiro.

“Estamos mantendo e ampliando operações diárias no Rio, no que se refere à competência federal, com realização de prisões, investigações, patrulhamento e apreensões. Vamos aumentar mais ainda as equipes federais, em apoio ao Estado e ao Município. Em um sistema federativo, temos que respeitar os demais entes da Federação e buscar ações convergentes, o máximo quanto possível”, disse Dino.

Foi assim que agimos em outros estados que atravessaram crises de Segurança neste ano de 2023. Teremos novas decisões nos próximos dias, sob orientação do presidente Lula”, prosseguiu.

Dino comunicou ainda que o secretário executivo do ministério, Ricardo Cappelli, o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e o comandante da Força Nacional, coronel Alencar, se reunirão no Rio com as superintendências da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.


Fonte: CNN Brasil

Publicidade




 Publicidade








Publicidade








Publicidade

Publicidade



Publicidade Google