segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Raiva, ódio e rancor são emoções inimigas do coração; entenda por quê



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Imagem: iStock


No último artigo falamos aqui sobre o medo, uma das emoções que podem interferir na saúde do sistema cardiovascular. Porém, em tempos de emoções à flor da pele no país, voltamos a tratar do tema, especialmente para abordar aquelas que andam tão presentes ultimamente, a exemplo da raiva. Você sabe como este tipo de emoção pode afetar o coração e os vasos sanguíneos?

A raiva crônica, ou seja, permanente e presente na rotina, nos coloca em constante modo de "luta ou fuga", influenciando no metabolismo, nos hormônios e no organismo como um todo. Cenário que resulta em numerosas mudanças no ritmo cardíaco, na pressão arterial, no sistema nervoso e na nossa resposta imunológica.






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Alterações que interferem em fatores de risco para problemas no coração, a exemplo de diabetes, hipertensão, colesterol, entre outras condições, e, com o tempo, podem aumentar o risco de eventos e doenças relacionadas ao órgão.

Sempre alerta! 

O fato é que nosso corpo está sempre alerta e pronto para nos proteger de qualquer situação que possa colocar em risco o seu funcionamento. No instante em que detecta uma alteração ou possível ameaça, automaticamente reage. E a raiva pode ser um desses gatilhos.

O responsável por receber as informações externas e traduzi-las é o sistema límbico. A partir daí, um complexo sistema nervoso e humoral é ativado e, uma série de adaptações são feitas para manter ou reequilibrar o funcionamento de vários órgãos, incluindo o coração.



Podemos dizer que a raiva —assim como o ódio e o rancor— é uma forma de estresse para o corpo. E estar sob seu efeito expõe o organismo a níveis insalubres e persistentemente elevados de hormônios, como o cortisol e a adrenalina, que são lançados na circulação e podem causar efeitos adversos.






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Para se ter ideia, segundo um estudo da Harvard School of Public Health, o risco de um infarto do miocárdio ou síndrome coronária aguda aumenta em cerca de cinco vezes nas duas horas seguintes a um ataque de raiva (em relação aos momentos em que não há abalo emocional). 

Também foi constatada uma probabilidade três vezes maior de ter um AVC (acidente vascular cerebral) nessas condições. Sobem ainda as chances de arritmia.

Além disso, aspectos relacionados a este tipo de emoção, como a hostilidade, amargura, irritabilidade e o comportamento agressivo, também têm sido ligados às doenças coronarianas, como a doença arterial coronária. Naqueles com predisposição ou problemas cardiovasculares já diagnosticados os riscos são ainda maiores.


Reações no sistema cardiovascular

 Diante de um ataque de fúria dois processos podem ser ativados: um que envia sinais elétricos ao músculo cardíaco, influenciando no ritmo dos batimentos; outro com a produção de diversas substâncias químicas que impactam nas estruturas do coração e comprometem a integridade dos vasos sanguíneos.

 Os hormônios associados ao estresse gerados pela raiva ou irritação intensa estimulam a vasoconstrição (diminuição do calibre dos vasos). Com o tempo, as artérias têm seu potencial de adaptação reduzido, o que gera aumento da pressão arterial e aceleração dos batimentos cardíacos —o coração passa a bombear sangue de forma mais rápida, o que acaba exigindo trabalho extra do órgão.







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