quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Pescador beija sucuris se acasalando em MS; polícia recrimina ação.



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O corretor de imóveis Cezar Augusto Arruda, 34, estava em um torneio de pesca neste fim de semana quando flagrou sucuris acasalando no distrito de Albuquerque, em Corumbá (MS). Arruda, que participava da competição "Pesque, Fotografe e Solte" com os amigos, decidiu registrar a cena de uma forma peculiar: beijando uma das cobras. No vídeo, ele aparece ao lado do casal de sucuris e diz: "Véio do Rio, matou muita gente, Zé Leôncio. Ela está tirando férias agora". Na sequência, ele dá um beijo no animal

Em conversa com o UOL, Cezar explicou que flagrou a cena na beira do rio, onde estavam os barcos da competição. O evento, segundo ele, tem intuito de apoiar a preservação do Pantanal.
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"Eu parei e decidi tirar foto com ela. Estou acostumado com esses animais, fui criado com eles", disse o corretor de imóveis. "Para mim, foi um momento surreal. A natureza é impressionante. A gente trata esses animais iguais a um filho."

Apesar da aproximação com as sucuris, tocá-las e beijá-las não é algo recomendado pela Polícia Ambiental de Mato Grosso do Sul. Segundo o Coronel Edenilson Queiroz, a atitude é errada e perigosa. Caso a sucuri se sinta acuada, ela pode atacar quem estiver por perto. "As orientações são exatamente para que essas pessoas não se aproximem desses animais porque uma das formas que o animal ataca é quando ele se sente acuado. O instinto de defesa da serpente é se defender quando ela se sente acuada", disse ele. O coronel avalia que, no caso de Arruda, não houve um risco tão grave porque o animal estava se acasalando. "Se a serpente estivesse em posição de bote, ela teria atacado", diz.
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Ele ainda alerta que pessoas que manejam serpentes com fins recreativos podem responder por crimes ambientais. "Quando você pega a lei de crimes ambientais, várias atitudes contra a fauna, como matar, caçar, perseguir, são consideradas crimes. Já temos autuado vários turistas por aqui manipulando sucuris, brincando com elas, e a gente categorizou isso como utilização do animal", afirma. "Fizemos um auto de infração administrativo [nestes casos], aplicamos multa de R$ 5 mil porque o animal está na lista de espécies de extinção e enviamos para o Ministério Público para a possível impetração de uma denúncia crime com previsão de pena de 6 meses a 1 ano e meio de detenção."
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Na avaliação do coronel, a cena envolvendo Cezar não pode ser qualificada como um crime ambiental, uma vez que o animal não se moveu e não ficou exposto ao risco. No entanto, ele pede por cautela sempre que alguém quiser se aproximar de um animal silvestre: "Se vai tirar foto ou filmar, aproxime o zoom do celular. Deixe o animal no seu habitat, deixa ele seguir no seu curso."



Fonte: UOL

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