sábado, 8 de outubro de 2022

Fenômeno da TV, “Pantanal” chega ao fim com boa audiência e repercussão na web



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José Leôncio (Marcos Palmeira) e Filó (Dira Paes) se casam no último capítulo de Pantanal — Foto: Estevam Avellar/Globo


A notícia de que “Pantanal”, clássico escrito por Benedito Ruy Barbosa e exibido pela extinta TV Manchete nos anos 1990, ganharia uma nova versão deixou a internet em polvorosa. O anúncio oficial aconteceu durante o “Fantástico” do dia 6 de setembro de 2020, e, desde então, criou-se uma grande expectativa para acompanhar o remake, assinado por Bruno Luperi, neto de Benedito. Era alta a aposta da Globo, que não poupou esforços para que fosse uma superprodução. E assim foi. No ar desde 28 de março deste ano, a nova versão de “Pantanal” chegou ao fim nesta sexta-feira (7) como um grande fenômeno, assim como a versão original da trama, fazendo jus ao grande investimento da emissora e resgatando a audiência para a faixa das nove.

Segundo o Ibope, a novela superou a marca de 30 pontos de audiência na Grande Belo Horizonte – cada ponto na capital mineira equivale a 55.282 pessoas. “Pantanal” se tornou o programa de maior audiência da TV brasileira e, até setembro, já tinha sido vista por mais de 167 milhões de pessoas – entre os dias 19 e 24 do mês passado, a novela foi acompanhada por 29,5 milhões de pessoas por minuto.

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Na internet, o remake assinado por Bruno Luperi também foi um fenômeno e mobilizou milhões de pessoas com comentários, debates e memes – movimento semelhante ao que aconteceu com “Avenida Brasil”, em 2012 – de março a setembro, “Pantanal” foi assunto de mais de 2,3 milhões de mensagens só no Twitter.

Personagens que conquistaram o público, como Maria Bruaca (Isabel Teixeira), que cresceu na trama e ganhou um gigantesco fã-clube na internet, e um elenco que entregou boas atuações – Dira Paes (Filó), Alanis Guillen (Juma) e Irandhir Santos (Joventino/Zé Lucas de Nada) – também ajudam a explicar o fascínio das pessoas pela novela. Diretor da TV Globo e afiliadas, Amauri Soares destaca o novo olhar que Bruno Luperi trouxe para a trama de Benedito Ruy Barbosa. “Ele (Bruno) tem uma ligação de sangue com o autor e, como é jovem, trouxe os personagens jovens para o centro da trama e atualizou os conflitos”, afirmou Soares em entrevista a Cristina Padiglione, colunista do site F5.


Luperi garantiu, antes mesmo da estreia do remake, que seria fiel à obra do avô. E foi isso que o público viu. Temas foram atualizados e inseridos no debate, como a questão da preservação ambiental, machismo e homofobia.

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De mudança significativa mesmo, a única foi o estupro de Alcides (Juliano Cazarré), cometido por Tenório (Murilo Benício) – na primeira versão, o peão, que se envolve com Maria Bruaca, era castrado pelo fazendeiro. Mas nada que tenha alterado os rumos da novela.

“As mudanças que foram feitas são da ordem de produção. Por exemplo, não conseguimos gravar tudo no Pantanal por causa da pandemia, de problemas de elenco, de acidentes internos... A gente tem que adaptar isso. Não é uma mudança de rumo. O rumo é este, a novela está estabelecida. É obra fechada, sim”, afirmou Luperi à coluna Patrícia Kogut, do jornal “O Globo”.



Clima de festa e de nostalgia


As gravações de “Pantanal” foram finalizadas em 30 de setembro, após mais de um ano de trabalho – as primeiras cenas começaram a ser rodadas em agosto de 2021. Para o elenco, o momento é de celebração e de nostalgia. “‘Pantanal’ está ainda modificando muito a minha vida a cada dia. É tanta coisa que se vive, tanta transformação, interna, externa, e eu sinto que ainda é cedo para digerir tudo isso”, disse Alanis Guillen, que interpretou a personagem Juma no remake. “A Juma me permitiu desbravar o estudo de uma personagem, de uma história, de um jeito intenso e muito interessante. Essa experiência foi realmente muito engrandecedora”, completou a atriz.

“Com o fim das gravações, o sentimento que está presente é de muito agradecimento por um aprendizado que não dá para valorizar, no sentido de colocar valor, porque foi um grande aprendizado num curto espaço de tempo. Parece que eu vivi dez anos em um, no sentido de adquirir conhecimento e aprendizado na prática. E foi uma delícia mergulhar nisso. Uma revelação da importância do público na dramaturgia, porque eu acho que esse sucesso todo se faz por essa resposta”, considerou Isabel Teixeira, intérprete de Maria Bruaca. “É um fim de ciclo, um aprendizado você fazer isso.

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Acho bonito a gente ter essas lições de partir. A MaryBru fica, mas eu sei que agora tem esse desapego, não tem choro nem vela”, comentou.

Marcos Palmeira, que viveu o José Leôncio em “Pantanal”, afirmou: “Eu sinto que o dever está cumprido e fico muito honrado por ter vivido esse momento único. Na minha idade, lembrar-me do tempo, da outra novela, representar esse papel que fez tanto sucesso com Claudio Marzo, um grande amigo... Tudo isso é especial”.

Fonte: O Tempo

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