O Dia do Sexo é comemorado nesta terça-feira (6). A data se popularizou depois de uma campanha de marketing de uma marca de preservativos ser lançada no mercado em 2008. O dia 6 de setembro faz alusão à posição sexual 69, mas já havia sido proposta por um grupo chamado “Círculo Brasileiro de Educação Sexual”, em 1935, que escolheu o dia 20 de novembro como data comemorativa para esse dia. O objetivo naquela época, era incentivar o debate, já que pouco de falava sobre o assunto, além de desmistificar o sexo como algo imoral, como acreditavam. O evento, porém, foi esquecida três anos após.
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A data comemorativa traz uma excelente oportunidade de falar sobre o tema que ainda é tabu na sociedade brasileira. O ato sexual vai além da reprodução humana, e a sua prática reduz o estresse, queima calorias, aumenta a imunidade e melhora o sono. Além dos diversos benefícios, a data desta celebração, tem como objetivo a conscientização do uso de preservativos.
Ao contrário do que muitos pensam, o uso do preservativo não é uma prática contraceptiva nova. Na verdade, a camisinha começou a ser criada no século 16 pelo anatomista italiano Gabriele Fallopio, e já nos séculos 17 e 18, os preservativos de intestino animal ficaram populares e passaram a ser utilizados pelos mais ricos para evitar filhos fora do casamento. Nos dias atuais, além de evitar gravidez indesejada, a camisinha tem o condão de prevenir doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a porcentagem de adolescentes que utilizam camisinha caiu no Brasil. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSSE) revelam que, entre 2009 e 2019, o uso de preservativos caiu de 72,5% para 59%. Esses números causam grande preocupação para a classe médica, já que além de outras DSTs, entre 2010 e 2020, os casos de sífilis, que é uma infecção bacteriana transmitida por contato sexual, aumentaram 1,654%. Não obstante o aumento dessas doenças, a prevenção contra a gravidez em geral também caiu durante o sexo.
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Os jovens também estão iniciando a vida sexual mais cedo. Segundo a sexóloga e criadora da página “Chá de Lingerie”, no Instagram, Cris Arcuri, “uma pesquisa do Mosaico 2.0, do PROSEX, Projeto de Sexualidade da USP, que é referência no Brasil, mostra que os adolescentes estão começando com 13 anos de idade. "Para mim, fica muito claro, que há a necessidade de um maior investimento na educação sexual e em campanhas para divulgar o sexo seguro, alertando para o fato de que a Aids e as outras doenças sexualmente transmissíveis ainda não têm cura”, afirma. Segundo Cris, a nova geração tem se permitido viver mais livres de preconceitos, como no caso de pessoas bissexuais que sempre foram atraídas pelo gênero masculino e feminino, e permitem viver a relação.
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Já entre as pessoas da terceira idade, o envelhecimento do corpo causa mudanças trazendo consigo, também, alterações na sexualidade. “Se vamos falar sobre idosos, então vamos falar por pessoas que chegam aos seus 60 anos, com cuidado físico e mental, e que podem sim ser pessoas sexualmente ativas. Mulheres pós menopausa são excelentes parceiras sexuais: conhecem seu corpo, usam vibradores para chegar ao prazer, se permitem viver novas situações entre quatro paredes, cuidam da saúde física e mental. Fazem reposição hormonal para se sentirem mais dispostas e criativas”, afirma Cris. Nessa fase da vida, pode ser que a prática sexual não aconteça com a mesma intensidade ou até da mesma forma que na juventude, o que exige seguir um ritmo particular de cada indivíduo. Graças ao fácil acesso a informações sobre o assunto, cada vez mais, os idosos vem se mantendo ativos sexualmente.
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As mulheres também estão se aceitando mais como de fato são. Cris Arcuri pontua que “tudo é um processo de acolhimento, que primeiro é identificado através da autoestima, depois o aprendizado diário de amor próprio e a desconstrução de conceitos”. O fato é que na história da humanidade, a mulher sempre foi tratada como um objeto belo e frágil. Cada vez mais, o mito da beleza vem sendo quebrado, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido.
Outro ponto de bastante relevância, é a apropriação do próprio corpo. Nesse quesito, as mulheres ainda não tem comprometimento consigo mesmas quando o assunto é sexo e, ao contrário dos homens, que desde pequenos são estimulados a se masturbar, apenas 30% das mulheres brasileiras praticam o ato, segundo o Mosaico 2.0. “Mulheres ainda têm medo de se masturbar, têm medo de usar o vibrador porque acreditam que isso substituirá o marido. Entretanto, a masturbação é uma ferramenta de autoconhecimento. Uma mulher que chega ao orgasmo sozinha, entende o que é sexo bom e prazer. Os homens hétero precisam entender, de uma vez por todas, que sexo não é só penetração e que as mulheres possuem um órgão exclusivo do prazer que é interno e chamado de clitóris, ligado diretamente ao cérebro”, conclui a sexóloga.
Oficialmente, o Dia do Sexo não consta no calendário e não é uma data comemorativa de fato no Brasil, mas na última década a ideia ganhou tanta força que é sempre lembrada. De forma criativa e bem humorada, marcas aproveitam o evento para fazer publicidade, ao passo em que órgãos de saúderessaltam sobre a importância de cuidados com as doenças sexualmente transmissíveis e gestações indesejadas.
Fonte: Bnews
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