sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Datafolha: Ciro e Tebet crescem e frustram planos de Lula para 1º turno



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O PIB avançou 1,2% no trimestre, o desemprego recuou para menos de dois dígitos (9,1%), o preço da gasolina caiu e o primeiro pagamento de R$ 600 do Auxílio Brasil caiu.

Mas os sinais de recuperação da atividade econômica não alteraram, de forma geral, o desempenho do Jair Bolsonaro (PL) na corrida à Presidência.

O candidato à reeleição segue com 32% das intenções de voto, segundo o Datafolha. É o mesmo índice apontado pelo instituto há 15 dias e cinco pontos a mais do registrado em maio.

O desempenho coloca um pé do candidato à reeleição no segundo turno, mas não há campo que permita, ao menos por ora, vislumbrar uma ultrapassagem até lá.
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Bolsonaro segue como o presidente mais mal avaliado desde FHC (41% de ruim/péssimo) e ainda é o postulante mais rejeitado do certame (51%, ante 52% em agosto). Metade (50%) dos entrevistados diz jamais confiar no que ele diz. Ou seja: pode prometer um lugar no céu à população que a intenção não terá eco nessa fatia de eleitores.

O ex-presidente Lula (PT), que oscilou dois pontos para baixo e agora tem 45%, pode comemorar a estagnação do principal adversário em um momento em que a economia o favorece. Ele tem ainda a preferência de uma faria significativa dos eleitores que ganham até dois salários mínimos (54% das intenções), os principais beneficiados do Auxílio Brasil.

Só que, em maio, ele tinha 48% das intenções de voto, sempre segundo o Datafolha. Agora tem 45%. Uma queda esperada, um ponto fora da margem de erro, diante da exposição dele e de outros candidatos em debate, programas de TV e entrevistas, como as concedidas na semana passada ao Jornal Nacional.
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Lula tinha um teto de vidro (a crise econômica do governo Dilma, alianças com gente presa e investigada na Lava Jato, a falta de uma resposta mais incisiva no campo da corrupção, a dificuldade em dialogar com o segmento evangélico e o agronegócio), mas o vendaval dos últimos meses provocou apenas trincos. Ele caiu pouco e Bolsonaro parou de crescer.

A má notícia capturada pelo Datafolha vem um pouco mais atrás do retrovisor.

Desde o início da propaganda oficial, os candidatos a candidatos a terceira via ganharam corpo. Simone Tebet (MDB) foi bem avaliada em sua participação no debate da Band e aparece agora com 5% das preferências dos eleitores. Ciro Gomes (PDT), que não devolveu as piscadelas de Lula no mesmo encontro, foi de 7% para 9%.

Os candidatos sabem que os números são insuficientes para sequer imaginar que poderão desbancar um dos favoritos e chegar ao segundo turno faltando apenas um mês para a eleição.
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Mas o desempenho corrói, pelas faixas do acostamento, as chances de vitória petista no primeiro turno.

Lula tinha 54% dos votos válidos em maio, o suficiente para liquidar a fatura nesta primeira fase. Hoje tem 48%, ante 34% de Bolsonaro e 15%, somados, de Ciro e Tebet.

No segundo turno, Lula bateria Bolsonaro por 53% a 38%. A distância ainda é grande, mas já foi maior (de 55% a 32% em maio). Nesta disputa, o ex-presidente parece ter atingido um teto e o atual, com uma caixa de ferramentas da máquina pública em mãos, ainda não.

Até o momento, o petista fez de sua campanha uma peleja na qual o eleitor pode comparar os números de seu governo com os do atual presidente. Os outros concorrentes têm sido poupados.

O mais recente Datafolha pode levá-lo a alterar a estratégia.

Se quiser evitar o segundo turno e todos os riscos envolvidos em um jogo que coloca novamente a bola no centro do campo, Lula precisa mais do que nunca dos votos de quem hoje prefere Ciro e Tebet. Não são a maioria, mas uma fração ali pode mudar os rumos da conversa nas próximas semanas.
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Desde o começo do ano, tem caído o número de eleitores de Ciro, por exemplo, dizendo que ainda podem mudar a decisão do voto até 2 de outubro. Eram 72% em fevereiro e hoje são 57%. O índice dos decididos é de 42%, ante 27% há sete meses.

Lula precisa colocar em campo agora a expressão “voto útil” para levar parte desses votos já na primeira etapa. Se conseguir um terço deles, o jogo acaba.

Em um ponto a estratégia de Bolsonaro o favorece. De olho nesses eleitores, Lula não demonstrou hostilidade em relação aos candidatos do PDT e do MDB. Bolsonaro, alvo de todos os concorrentes, não poupou bordoadas e escorregões ao ver a casca de banana arremessada pelos rivais.

É esperado que, entre Lula e Bolsonaro, os eleitores de Ciro e Tebet fiquem com o primeiro em caso de emergência. Só não se sabe se estarão dispostos a fazer isso antes ou depois do primeiro turno.

Fonte: Yahoo Notícias


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