sábado, 2 de abril de 2022

Entenda o que causou a chuva que atingiu o RJ e deixou mortos e desaparecidos



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Umidade se aproximou do Rio de Janeiro e houve 'chuvas persistentes', segundo meteorologista César Soares.

As chuvas que atingiram o Rio de Janeiro e deixaram mortos foram causadas por acúmulo de umidade na região litorânea. O meteorologista do Climatempo, César Soares, afirmou ao g1 que uma frente fria trouxe instabilidade para o tempo da região já na quinta-feira (31).
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“A gente teve a passagem de uma frente fria muito forte na madrugada de quinta-feira para sexta-feira (1º). Fez com que a gente tivesse muita instabilidade porque as temperaturas estavam muito altas. Aconteceu um choque de massas de ar. A gente teve os primeiros temporais e não parou por ai”, disse César Soares.

A umidade se aproximou do Rio de Janeiro e tivemos “chuvas persistentes”.

“Depois da frente fria, tivemos o vento saindo do mar e vindo em direção a costa. Esse ar mais úmido ficou barrado na região serrana. A umidade ficava contida entre os maciços e região litorânea. Esse excesso de umidade formou nuvens na região. Tivemos chuvas persistentes com grandes volumes acumulados”.

Buscas por desaparecidos

Bombeiros buscam ainda desaparecidos após um deslizamento de terra em Angra dos Reis. As buscas seguem neste sábado (2).
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Em Paraty, na Costa Verde, as mortes foram provocadas por um deslizamento de terra, que atingiu casas na Praia de Ponta Negra durante a madrugada deste sábado (2). Há relatos de desaparecidos, e a Defesa Civil segue com as buscas. Um helicóptero auxilia no trabalho, já que a área atingida pelo deslizamento não pode ser acessada pelo mar nem por estradas.

A Costa Verde, que fica no litoral sul do Rio, próximo à divisa com São Paulo, é uma região bastante montanhosa e muito próxima do mar, o que faz com que deslizamentos perto da praia aconteçam. Em Paraty, um total de 22 bairros foram afetados por alagamentos ou outros danos provocados pelas chuvas, segundo a prefeitura local.

Recorde de chuva em Angra

Em Angra dos Reis, também na Costa Verde, um deslizamento de terra atingiu quatro casas em Monsuaba, bairro litorâneo da cidade, na madrugada deste sábado.

O município nunca havia registrado um volume de chuva tão alto em apenas 48 horas. No período, a prefeitura registrou índices recorde: foram 655 mm na área que fica no continente e 592 mm na Ilha Grande, que também faz parte de Angra.
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O Corpo de Bombeiros informou ter resgatado ao menos cinco pessoas com vida, que foram levadas para o Hospital da Japuíba. Seis grupamentos da corporação e agentes da Defesa Civil trabalhavam nas buscas pelos desaparecidos pela manhã.

De acordo com a Defesa Civil, todas as 28 sirenes do sistema de alerta de Angra, distribuídas em 20 blocos que abrangem as áreas de risco, soaram durante a madrugada para alertar moradores sobre a possibilidade de deslizamentos e alagamentos.

Em Mesquita, homem que tentava socorrer vítima leva choque e morre, diz Defesa Civil

A Baixada Fluminense do Rio também registrou uma morte e vários bairros com alagamento. Em Mesquita, município que faz parte da Baixada, Daniel Ribeiro, de 38 anos, morreu. De acordo com a Defesa Civil, ele levou um forte choque em um postequando tentava ajudar uma outra pessoa a sair de uma área alagada.

Outras cidades da Baixada também registraram alagamentos. A Prefeitura de Nova Iguaçu afirmou que a cidade registrou 141 mm de chuva no bairro Moquetá, o que equivale a 148% da média de chuva do mês de abril. O Hospital Estadual Ricardo Cruz, inaugurado há um ano, ficou inundado.
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Estágio de atenção

Com a redução dos acumulados de chuva, a cidade do Rio voltou ao estágio de mobilização às 19h deste sábado (2).

Em mensagem publicada nas redes sociais, o prefeito afirmou que a madrugada no Rio contou com muitas ocorrências.

"A gente teve uma noite de ontem e uma madrugada bastante complexa. O pessoal da prefeitura atuou. A gente não tem nenhuma situação em grande via mais crítica. Mas você tem algumas áreas da cidade, principalmente na Zona Oeste mais litorânea, a região das vargens, Guaratiba, partes da Zona Oeste mais próximas do mar, você tem ainda situações de alagamentos. Jacarepaguá também tem situações complexas. Na Grande Tijuca, a situação já baixou, o Rio Maracanã", afirmou Eduardo Paes.
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O prefeito voltou a pedir que a população evite deslocamentos desnecessários.

"A tendência é que a gente ainda tenha chuva hoje, a princípio mais fraca para moderada. Então o meu pedido para vocês é que fiquem atentos, se puder evitar deslocamentos desnecessários a gente agradece para que a gente possa arrumar a cidade ao longo do dia", disse Paes.

Previsão do tempo



O Rio de Janeiro voltou a registrar pontos de chuva na noite deste sábado (2) em diversas regiões já afetadas pelo mau tempo.

Segundo a Climatempo, por volta das 18h a chuva começou a intensificar na Zona Oeste do Rio, Baixada Fluminense e Costa Verde. Durante a tarde de sábado, a Região Serrana também teve pontos de chuva.

Paraty registrou quase 30 mm de chuva em uma hora e Magé, 43 mm no mesmo período.

Ainda de acordo com a Climatempo, áreas de instabilidade associadas à recente passagem de uma frente fria, mantém o tempo carregado no Grande Rio, na Costa Verde e Região Serrana.
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A tendência para a noite do sábado e madrugada e manhã do domingo (3) ainda é de chuva persistente, moderada a forte, em todas as áreas do sul do Estado.

O risco de escorregamento de encostas segue bastante elevado devido aos volumes de chuva expressivos. No domingo (3), as condições são de alerta máximo para temporais na Costa Verde.

Fonte: G1

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