Família prestará queixa nesta quarta-feira (2) e informou que recebeu apoio da escola e da Secretaria de Educação de Camaçari. Mãe da vítima contou que o filho foi bastante afetado.
Mara conta que o filho foi socorrido pela mãe de uma colega, que também acabou atingida durante as agressões.
"Ele saiu [da escola] por volta de 12h30, pegou o ônibus, e os garotos começaram a bater nele do Derba até o lugar que ele saltou. Uma das mães de outra aluna, que foi atingida por um soco, pegou ele, colocou dentro da casa dela, e me ligou para eu ir buscar, porque os garotos ameaçavam dizendo que iam matar. Aí ela segurou ele dentro de casa e mandei o pai ir buscar", contou Mara.
A mãe da vítima conta que não sabia que o filho era vítima de homofobia e intimidações até a situação acontecer, e também afirmou que ainda não foi procurada pelos familiares dos agressores.
Continue lendo após a publicidade:“Ele relatou que sofre bullying e não é da agora. Eu não sabia. Se eu soubesse, já tinha tomado uma providência. Acho que ele não falou por medo. Estou muito triste".
"Sou uma pessoa que, se não fizer o bem, o mal também não faço. Sinto muito, mas em nenhum momento os pais e os responsáveis desses garotos me procuraram e nem falaram nada. Independentemente de qualquer coisa, tinham que me procurar. Agora, as autoridades é que vão decidir o que vão fazer, mas tem que tomar uma providência, porque repudio isso e não aceito", ponderou.
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A vítima e os agressores estudam no Colégio Estadual José de Freitas Mascarenhas. Segundo a mãe do adolescente, a escola adotou medidas contra os estudantes e a Secretaria Municipal de Educação disponibilizou auxílio para a família.
“A escola tomou as providências cabíveis, Hoje, a diretora, junto com a secretária – que chegou junto apoiando, prestando apoio com psicólogo, advogado, o que eu precisar. O mais triste é que esses adolescentes estão ameaçando meu filho pelo Instagram. A gente ainda não prestou queixa, mas vamos fazer isso”.
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"Não é a primeira vez. As autoridades precisam tomar providências, porque isso não pode acontecer. Uma semana antes, um desses adolescentes deu um murro nele, bateu nele, dentro do ônibus. Ele foi para a aula, porque é o único transporte que tem e ele tem que estudar. Não sabia que estava nessa gravidade".
O caso também é acompanhado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS), que lamentou a agressão sofrida pelo adolescente. Em nota, o órgão informou que acompanha o caso junto à Secretaria de Educação (SEC) e a diretoria do colégio.
Por meio do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia (CPDD-LGBT), a secretaria colocou a equipe jurídica e psicossocial à disposição do estudante e da família para acompanhar, orientar e adotar providências em relação ao caso.
Além de promover políticas públicas e a garantia de direitos, a SJDHDS reforçou que é dever de toda a sociedade e das famílias garantirem um ambiente acolhedor para os jovens. Disse ainda que a violência registrada no vídeo é sintoma do ódio que tem tirado vidas de jovens e adultos LGBTQIA+ em todo o país.
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A SJDHDS reafirmou o compromisso do Governo da Bahia com a defesa de uma sociedade inclusiva, acolhedora e livre dos discursos de ódio, e lembrou que, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), homofobia e transfobia são crimes previstos em lei.
Os ministros do Supremo determinaram que a conduta passe a ser punida pela Lei de Racismo, que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito.