A leishmaniose visceral canina ou calazar canino, causada pelo protozoário Leishmani chagasi, que é transmitido através da picada de flebótomos infectados, fêmeas, da espécie Lutzomyia longipalpis é uma doença sistêmica grave, de curso lento e crônico, difícil diagnostico e cura.No Brasil desde 1950 há varias estratégias de controle da leishmaniose visceral, sendo uma delas, o inquérito sorológico canino, com a eliminação dos cães soros positivos.Atualmente o conhecimento de que a doença canina não é uniformemente fatal e que alguns cães podem apresentar cura espontânea, levando a comunidade cientifica medico- veterinario a experimentação de tratamentos dos animais. Palavras-chaves: Leishmaniose visceral, cães e tratamentos. Tema central: Medicina Veterinária
A estratégia de controle da Leishmaniose visceral aplicável a campanhas de saúde publica e conhecida desde a década de 50 é baseada em 3 ações, quais sejam, a detecção e tratamento dos casos humanos, o combate ao vetor, através da aplicação de inseticidas e o inquérito sorológico canino com a eliminação dos cães soropositivos (Costa, C.H.N., et al, 2001).
O combate ao vetor é defendido como a principal medida para o controle da leishmaniose humana e canina (Dye, C.,1996). O uso de inseticidas residuais no interior das casa e abrigos de animais é considerado eficiente para reduzir a população peridoméstica dos flebótomos e consequentemente, a transmissão parasitaria (Genaro, O., et al, 2000).
Ainda não foram relatados, no Brasil, casos de resistência aos inseticidas comumente utilizados.Recentemente, foram divulgados experimentos com coleiras impregnadas com deltametria, mostrando resultados promissores para proteção dos cães e consequentemente quebra do ciclo da transmissão (Killick-Kendrick R., et al, 1997).
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A eutanásia de cães soropositivos é uma medida de controle recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), contudo a própria entidade reconhece que existem cães de grande valor afetivo, econômico e prático, por isso não podem ser indiscriminadamente destruído (World Health Organization, 1990).
Foi observado que o momento da busca do cão para a eliminação é carregado de forte componente emocional. Este sentimento faz com que muitos proprietários de cães não aceitem esta estratégia de controle.O cão não assume somente o papel no contexto familiar, mas principalmente no meio urbano, executando diversas funções como: guarda, salvamento, guia de paraplégicos, prática de esportes, repressão à criminalidade e ao tráfico de drogas, além do valor cinófilo de alguns exemplares (Meslin, F.X., et al, 2000).
A eutanásia de cães soropositivos é uma medida de controle recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), contudo a própria entidade reconhece que existem cães de grande valor afetivo, econômico e prático, por isso não podem ser indiscriminadamente destruído (World Health Organization, 1990).
Foi observado que o momento da busca do cão para a eliminação é carregado de forte componente emocional. Este sentimento faz com que muitos proprietários de cães não aceitem esta estratégia de controle.O cão não assume somente o papel no contexto familiar, mas principalmente no meio urbano, executando diversas funções como: guarda, salvamento, guia de paraplégicos, prática de esportes, repressão à criminalidade e ao tráfico de drogas, além do valor cinófilo de alguns exemplares (Meslin, F.X., et al, 2000).
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Com o maior conhecimento da doença em caninos a comunidade científica médico- veterinária esta realizando experimentos de tratamentos dos animais (Pozio, E., et al, 1981).
Há OMS reconhece que a eutanásia dos cães infectados, na maioria dos países, se reserva cada vez mais para casos especiais, pois a maioria dos veterinários preferem administrar um tratamento antileishmaniótico, acompanhando atentamente as recaídas (World Health Organization, 1990).
A opção pelo tratamento de um cão com calazar deve considerar parâmetros ligados à condição clínica do paciente e a participação consciente do proprietário, os quais irão determinar os critérios de tratamento e sua viabilidade (Lamothe, J., 1999).
Primeiramente o paciente deve ser avaliado pelo médico veterinário através de detalhado exame clínico e laboratorial que permitirão ao clínico prognosticar e decidir sobre a indicação do tratamento (Ribeiro, 2001).
O esclarecimento detalhado sobre a doença, sua condição de enfermidade crônica e incurável, a necessidade de medida profilática concomitante ao tratamento e seus custos devem ser relatados (Ribeiro, 2001).
Protocolos de tratamento:
Atualmente 4 drogas são usadas para o tratamento da leishmaniose visceral canina:os antimoniais pentavalentes, o alopurinol, a aminosidina e a anfotericina B (Ferrer, L., et al, 1997).
1- O Alopurinol inibe o metabolismo das purinas, exercendo efeito inibitório no crescimento de Leishmania “in vitro”. A utilidade dessa droga tem sido demonstrada no controle das recidivas da leishmaniose canina. Efeitos colaterais são incomuns e a via de aplicação é oral (Ginel, P.J., et al, 1998).
2- A Aminosidina é um antibiótico, seu metabolismo de ação é complexo, inclue a inibição da síntese protéica e alteração da permeabilidade da membrana plasmática dos parasitos. As vias de aplicação podem ser subcutânea e intramuscular. Os efeitos colaterais conhecidos são principalmente a nefrotoxidade e surdez por lesão do VIII nervo craniano (Poli, A., et al, 1997).O uso deste medicamento em nosso meio não tem sido freqüente, uma vez que o produto somente é comercializado na Itália.
3- Antimoniais pentavalentes, são utilizados 2 compostos, n-metil glucamina (Glucantime) e estibogluconato de sódio (Pentostam). O metabolismo de ação dessas drogas ainda não é completamente elucidado. Entretanto, parece que através do bloqueio do metabolismo do parasito, ocorre a inibição da síntese de ATP e a replicação do seu DNA, determinando a sua morte. As melhores vias de aplicação são a subcutânea e intramuscular (Bernan, J.D., et al, 1985).
4- Anfotericina B, utilizada no tratamento das infecções micóticas, atua rompendo a membrana celular e provocando a morte dos parasitos. É altamente nefrotóxica quando utilizada necessita rigorosa monitoração do paciente (Organizacion Mundial De La Salud, 1996). De acordo com a literatura, os casos tratados com anfotericina B tem alcançado 93% de cura clínica, queda da sorologia e normalização da fração albumina/ globulina (Lamothe, J., 1997).
Os animais submetidos ao tratamento devem ser controlados a cada três meses, através da avaliação clínica, sorologia para detecção de anticorpos anti-Leishmania, avaliação bioquímica sérica, hemograma completo, proteinograma e quando possível pesquisas de parasitos na pele (Alvar, J., et al, 1994).
Existem relatos da presença de parasitos, detectados na medula óssea de cães assintomáticos anos após o tratamento.Acredita-se, que a Leishmania nunca será eliminada do cão e que o tratamento somente reduz a carga parasitária do paciente, elimina os sinais clínicos e potencializa o desenvolvimento de uma forte resposta celular que é controladora da infecção (Ferrer, L., 1997). Aspectos relacionados a resistência do protozoário aos tratamentos convencionais devem ser analisados, evitando protocolos experimentais ou subdosagens nos tratamentos caninos (Gramiccia, M., et al, 1992).
A melhor solução para o controle da Leishmaniose canina, seria à busca de vacinas eficientes e maiores aprimoramentos dos tratamentos aplicados.
Com o maior conhecimento da doença em caninos a comunidade científica médico- veterinária esta realizando experimentos de tratamentos dos animais (Pozio, E., et al, 1981).
Há OMS reconhece que a eutanásia dos cães infectados, na maioria dos países, se reserva cada vez mais para casos especiais, pois a maioria dos veterinários preferem administrar um tratamento antileishmaniótico, acompanhando atentamente as recaídas (World Health Organization, 1990).
A opção pelo tratamento de um cão com calazar deve considerar parâmetros ligados à condição clínica do paciente e a participação consciente do proprietário, os quais irão determinar os critérios de tratamento e sua viabilidade (Lamothe, J., 1999).
Primeiramente o paciente deve ser avaliado pelo médico veterinário através de detalhado exame clínico e laboratorial que permitirão ao clínico prognosticar e decidir sobre a indicação do tratamento (Ribeiro, 2001).
O esclarecimento detalhado sobre a doença, sua condição de enfermidade crônica e incurável, a necessidade de medida profilática concomitante ao tratamento e seus custos devem ser relatados (Ribeiro, 2001).
Protocolos de tratamento:
Atualmente 4 drogas são usadas para o tratamento da leishmaniose visceral canina:os antimoniais pentavalentes, o alopurinol, a aminosidina e a anfotericina B (Ferrer, L., et al, 1997).
1- O Alopurinol inibe o metabolismo das purinas, exercendo efeito inibitório no crescimento de Leishmania “in vitro”. A utilidade dessa droga tem sido demonstrada no controle das recidivas da leishmaniose canina. Efeitos colaterais são incomuns e a via de aplicação é oral (Ginel, P.J., et al, 1998).
2- A Aminosidina é um antibiótico, seu metabolismo de ação é complexo, inclue a inibição da síntese protéica e alteração da permeabilidade da membrana plasmática dos parasitos. As vias de aplicação podem ser subcutânea e intramuscular. Os efeitos colaterais conhecidos são principalmente a nefrotoxidade e surdez por lesão do VIII nervo craniano (Poli, A., et al, 1997).O uso deste medicamento em nosso meio não tem sido freqüente, uma vez que o produto somente é comercializado na Itália.
3- Antimoniais pentavalentes, são utilizados 2 compostos, n-metil glucamina (Glucantime) e estibogluconato de sódio (Pentostam). O metabolismo de ação dessas drogas ainda não é completamente elucidado. Entretanto, parece que através do bloqueio do metabolismo do parasito, ocorre a inibição da síntese de ATP e a replicação do seu DNA, determinando a sua morte. As melhores vias de aplicação são a subcutânea e intramuscular (Bernan, J.D., et al, 1985).
4- Anfotericina B, utilizada no tratamento das infecções micóticas, atua rompendo a membrana celular e provocando a morte dos parasitos. É altamente nefrotóxica quando utilizada necessita rigorosa monitoração do paciente (Organizacion Mundial De La Salud, 1996). De acordo com a literatura, os casos tratados com anfotericina B tem alcançado 93% de cura clínica, queda da sorologia e normalização da fração albumina/ globulina (Lamothe, J., 1997).
Os animais submetidos ao tratamento devem ser controlados a cada três meses, através da avaliação clínica, sorologia para detecção de anticorpos anti-Leishmania, avaliação bioquímica sérica, hemograma completo, proteinograma e quando possível pesquisas de parasitos na pele (Alvar, J., et al, 1994).
Existem relatos da presença de parasitos, detectados na medula óssea de cães assintomáticos anos após o tratamento.Acredita-se, que a Leishmania nunca será eliminada do cão e que o tratamento somente reduz a carga parasitária do paciente, elimina os sinais clínicos e potencializa o desenvolvimento de uma forte resposta celular que é controladora da infecção (Ferrer, L., 1997). Aspectos relacionados a resistência do protozoário aos tratamentos convencionais devem ser analisados, evitando protocolos experimentais ou subdosagens nos tratamentos caninos (Gramiccia, M., et al, 1992).
A melhor solução para o controle da Leishmaniose canina, seria à busca de vacinas eficientes e maiores aprimoramentos dos tratamentos aplicados.