Com oito episódios, o projeto começou em 2017. A cada semana serão disponibilizados dois capítulos. A série documental tem o propósito de mostrar os fatos a partir de personagens relevantes para a história como familiares, colegas de partido, jornalistas, advogados, além de delegados e promotores.
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“Nosso foco foi esclarecer e montar uma história que desse conta dos fatos reais, dos fatos oficiais e das experiências vividas pelos personagens”, afirma a produtora Joana Henning. Ela também é CEO do Estúdio Escarlate, produtora que desenvolveu a série em parceria com o Globoplay.
Inicialmente, a ideia era fazer um filme, mas ao longo do tempo o projeto foi sendo ajustado até virar uma série documental.
“A gente se depara com um história muito passional, com muita dor, para além da morte de uma pessoa querida, de um gestor público admirável, além de se deparar também com engenharias da política brasileira sensíveis”, continua Joana.
“É uma responsabilidade enorme. A nossa busca é pela informação acima da opinião”, diz a produtora.
Além de ótimos registros da cobertura de 2002, a produção também utiliza recursos como reconstituições e animações para recriar momentos com base em depoimentos e entrevistas.
“O grande mérito é mostrar os fatos com muita precisão, de diferentes maneiras, seja por meio de entrevistas com os protagonistas da história e da investigação, com a família, companheiros e adversários políticos”, diz Erick Brêtas, diretor de Produtos e Serviços Digitais da Globo.
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O executivo ainda ressalta o investimento no gênero do documentário por parte do streaming.
Entre 2022 e 2024, o Globoplay deve lançar cerca de 30 títulos, que se somam às séries sobre a cantora Nara Leão e a do caso Celso Daniel lançadas neste mês.
“Como plataforma, nós estamos abrindo espaço para os documentaristas brasileiros. A gente tem muito orgulho, porque o documentário é um gênero muito importante. Uma sociedade que consome documentário é uma sociedade mais informada”, defende Brêtas.
Quem foi Celso Daniel?
O político do PT era um dos grandes líderes carismáticos da região do ABC. Filho de Bruno José Daniel, ex-prefeito de Santo André, ele enveredou na política depois de estudar filosofia e se formar engenheiro.
Celso foi eleito prefeito de Santo André em 1988 e assumiu o cargo no ano seguinte. Depois, ele foi deputado federal por São Paulo e voltou à prefeitura da cidade natal em 1997. Ele estava o cargo quando foi assassinado.
O prefeito era uma figura respeitada pelos membros do PT, como mostra o documentário com participações de José Dirceu, ex-presidente nacional do partido, e Gilberto Carvalho, secretário de comunicação de Santo André e posteriormente ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Fernando Henrique Cardoso, Mara Gabrilli e Eduardo Suplicy também estão entre os entrevistados.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, Celso Daniel foi morto porque descobriu a cobrança de propinas e tentou impedi-la. Os desvios abasteceriam o “caixa dois” do partido, segundo promotores. No entanto, para a polícia, o político foi morto em um crime comum. As informações são do portal de notícias G1.
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