Novo tremor de magnitude 5,9 acontece horas depois de outro de 7,2 deixar mais de 300 mortos no país no sábado (14). Primeiro-ministro do Haiti decretou estado de emergência por 30 dias.
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Ao menos 724 pessoas morreram após forte terremoto no Haiti, informou as autoridades neste domingo (15), atualizando o número de vítimas da catástrofe.
O novo terremoto de magnitude 5,9 que atingiu hoje o país foi notificado pelo o Centro Sismológico Europeu do Mediterrâneo (EMSC, na sigla em inglês). O tremor aconteceu a uma profundidade de 8 km (4,97 milhas), disse a EMSC.
Segundo a agência de notícias France Presse, outras 2.800 pessoas ficaram feridas. Neste domingo, máquinas pesadas, caminhões e retroescavadeiras trabalhavam para limpar os escombros na cidade de Les Cayes, perto do epicentro do terremoto, a cerca de 160 km da capital haitiana, Porto Príncipe.
No sábado (14), mais de 300 pessoas morreram e centenas ficaram desaparecidas após um terremoto de magnitude 7,2. As cidades de Cayes e Jérémie, no sudoeste da ilha, foram as mais atingidas.
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, decretou estado de emergência por 30 dias. Henry lamentou as mortes e disse, em nota, que já mobilizou recursos do governo para dar apoio às vítimas.
"Meus sentimentos aos parentes das vítimas deste sismo que gerou tantas perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos [equivalente a estados] do país", escreveu Henry. "Faço um apelo ao espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos, a fim de nos unirmos para enfrentar esta situação dramática que vivemos", seguiu o mandatário. "A união faz a força."
Crise política e humanitária
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O terremoto atinge o Haiti em um momento de forte crise política, que é anterior até mesmo ao assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho deste ano.
Moïse dissolveu o Parlamento e governava por decreto havia mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.
Depois do assassinato do presidente por um grupo de mercenários, um governo interino assumiu o controle do país até a realização de novas eleições.
A nação mais pobre das Américas tem um longo histórico de ditaduras e golpes de Estado.
Nos últimos meses, o Haiti enfrentava também uma crescente crise humanitária, com escassez de alimentos e aumento nas taxas de violência.
O PIB per capita do país é de US$ 1,6 mil por ano (cerca de R$ 8,5 mil), e cerca de 60% da população vive com menos de US$ 2 por dia (pouco mais de R$ 10).
O Haiti tem 11,3 milhões de habitantes, faz fronteira com a República Dominicana na ilha Hispaniola, no Caribe, e tem um dos menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo: 0,51.
Fonte: G1