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A previsão da empresa é que a operação será responsável por gerar 230 empregos diretos, outros 690 indiretos, além de outros 2 mil postos de trabalho no decorrer da cadeia produtiva, que vai envolver pequenos produtores rurais. O complexo de produção – numa área total de 180 mil metros quadrados (m²), sendo 15 mil m² de área construída – abriga cinco fábricas, que serão responsáveis por processos que irão do abate à desossa, passando pela industrialização, salga e beneficiamento de produtos não comestíveis.
Na inauguração, programada para a próxima sexta-feira (27), estão previstas as presenças de pecuaristas, representantes de setores econômicos e autoridades públicas. Na ocasião, o frigorífico deverá estar funcionando com 25% da sua capacidade. Este número deve crescer paulatinamente até atingir 50% de uso da capacidade instalada dentro de 120 dias.
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Segundo o empresário Wilson Cardoso, responsável pela empresa e atual prefeito de Andaraí, o frigorífico irá trabalhar com a produção de carne bovina, suína, ovina e caprina. Ele conta que construiu o novo complexo durante os últimos quatro anos, “sem pressa”, pelo desejo de apresentar uma estrutura com o que existe de mais moderno em equipamentos e adequada às demandas de sustentabilidade.
“A Chapada Diamantina é uma marca muito forte, associada à ecologia, com um povo que sonha com um futuro melhor e um enorme potencial para crescer. Tem um turismo muito forte e uma produção tradicional de proteína animal, além da agricultura familiar”, explica. Wilson Cardoso destacou a necessidade de levar para a região um negócio com essa visão.
Um dos aspectos destacados por ele é o aproveitamento de todas as partes dos animais, mesmo as que não são utilizadas para o consumo humano. Algumas delas serão beneficiadas no próprio frigorífico para uso como ração animal, ou na indústria de cosméticos e de biocombustíveis. “Não iremos despejar nada na natureza”, diz.
Cortes
A linha de produção do frigorífico foi estruturada para processar diversos tipos de cortes, explica o empresário. Altamente tecnológico, o frigorífico terá a linha de desossa automatizada e com equipamentos para produzir os cortes especiais mais demandados no mercado, passando pela t-bone e miolo de alcatra, hambúrguer, entre outras. A empresa trouxe da Alemanha a máquina responsável pela fabricação da linha de embutidos, que vai oferecer uma centena de produtos.
Mas os cuidados adotados pelo frigorífico se iniciam antes mesmo da chegada dos animais. A empresa investe em diversas medidas para garantir o bem estar animal, como gaiolas climatizadas para o transporte, o que garante mais qualidade para a carne. “Nós iremos comercializar a carne da Chapada, que é uma marca forte e vamos respeitar isso”, diz Wilson Cardoso.
Neste primeiro momento, os produtos do frigorífico estarão disponíveis em algumas redes de supermercados em Salvador, Feira de Santana e nos maiores municípios da Chapada Diamantina. A direção da empresa está negociando também com boutiques de carnes.
Filho da terra
O sonho do empresário Wilson Cardoso vai melhorar a vida de algumas centenas de famílias em Andaraí, a 431 quilômetros de Salvador, e muitos outros municípios da Chapada Diamantina. “Filho adotivo” da terra há 28 anos e prefeito do município pela terceira vez, o baiano de Ituberá, conta que a motivação para investir em um equipamento que custou alguns milhões de reais, totalmente bancados com recursos próprios, foi retribuir um pouco do que a região lhe deu.
“Era um sonho meu. A Chapada Diamantina, que se tornou a minha casa, é muito necessitada, mas tem um potencial enorme de desenvolvimento e eu sinto que posso contribuir”, explica. “Chega um momento na vida que nada pode nos alegrar mais do que fazer a alegria do próximo”.
Wilson Cardoso conta que sempre teve vocação para a área comercial, fato confirmado por sua história de vida. “Tenho vocação para a compra e venda, nasci assim”, afirma. Ele conta que trabalhou nas duas maiores empresas de eletrodomésticos da Bahia, antes de montar a própria rede, que chegou a ter 120 unidades e rivalizar com as maiores do setor.
Já representou o setor rural em diversas entidades, como por exemplo na Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), onde foi diretor, ou na presidência do Fórum Permanente da Pecuária da Bahia.
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