Cada especialidade médica é destinada para promoção, prevenção e tratamento de condições relacionadas a sistemas ou órgãos específicos do corpo. Essa divisão, muitas vezes, pode ser confusa para as pessoas que não são familiarizadas com a área. Conhecer as especialidades e saber quando se consultar com cada tipo de médico é importante para a manutenção da saúde, além de evitar que o paciente perca tempo indo ao profissional errado.
Nesse contexto, uma dúvida comum é em relação ao médico reumatologista. Quando ir nesse profissional? Quais as doenças tratadas pelo reumatologista? Para lhe ajudar, elaboramos o texto de hoje solucionando essas perguntas e outras sobre o tema. Acompanhe!
O que faz um reumatologista?
O médico reumatologista é o especialista em tratar doenças do sistema musculoesquelético que não sejam traumáticas ou tumorais, que são de responsabilidade do ortopedista. A diferença entre esses dois profissionais costuma ser a primeira dúvida das pessoas.
O ortopedista trata os problemas relacionados a questões mecânicas dos ossos e das articulações, como fraturas, luxações, rompimento de ligamentos. Já o reumatologista cuida dos problemas inflamatórios das articulações e dos tecidos que estão a sua volta. Outra diferença é que a ortopedia trata também de questões cirúrgicas, enquanto a reumatologia é só clínica.
Para se tornar reumatologista, o profissional deve se graduar em medicina e depois fazer residência médica na área por 2 anos.
Para diagnosticar as doenças tratadas pelo reumatologista, o médico pode solicitar diferentes exames como: biópsia, exames de sangue, ultrassom, tomografia e ressonância magnética.
Quais as doenças tratadas pelo reumatologista?
As doenças tratadas pelo reumatologista podem ser divididas em 2 grandes grupos:
doenças autoimune: o corpo do paciente produz células ou anticorpos que atacam os tecidos articulares da própria pessoa;
doenças metabólico-degenerativas: causadas pelo desgaste das estruturas da articulação.
A seguir, listamos as principais doenças tratadas pelo reumatologista, que estão dentro desses grupos.
1. Artrose
A artrose, também conhecida como osteoartrite ou osteoartrose, é uma condição decorrente do desgaste da cartilagem que reveste as articulações. Esse desgaste é um processo natural do corpo, que acontece com o envelhecimento. Quando ele começa a gerar sintomas, que incluem dor, calor e vermelhidão na área, passa a ser considerado uma doença chamada de artrite.
O desgaste articular que ocorre na artrose é chamado de reumatismo, e considera-se que todas as pessoas o terão em algum nível. Ele acontece pois os condrócitos, células da cartilagem, não se regeneram. Assim, quando são destruídos, não há substituição.
As pessoas que submetem as articulações a maiores esforços, como atletas profissionais ou após traumas, desenvolvem a condição mais precocemente. Há também fatores genéticos envolvidos. O tratamento consiste no uso de medicamentos para o controlar os sintomas e para retardar o processo de desgaste e outras medidas (fortalecimento muscular, perda de peso, acupuntura).
2. Osteoporose
A osteoporose é uma doença relacionada ao enfraquecimento da massa óssea. Ela ocorre quando o osso não se forma corretamente, quando o desgaste ósseo é excessivo, ou quando esses dois processos acontecem simultaneamente. Há um desequilíbrio entre a quantidade de material ósseo formado e reabsorvido pelo corpo.
Esse enfraquecimento aumenta o risco de fraturas nos ossos do quadril, coluna, perna, entre outros. Problemas na estrutura da coluna podem causar redução da estatura da pessoa e dores crônicas. Já os problemas no osso do quadril podem prejudicar a mobilidade e atrapalhar as tarefas do dia a dia.
Os fatores de risco para o desenvolvimento da doença são:
mulheres após a menopausa;
dieta pobre em cálcio;
idade avançada;
sedentarismo.
O tratamento se inicia com o ajuste da dieta e a suplementação de cálcio e vitamina D. Podem ser utilizados alguns medicamentos que impedem a degeneração e estimulam a reconstrução óssea.
3. Gota
A gota é um tipo de artrite causada pelo depósito de cristais de monourato de sódio nas articulações. Isso acontece devido ao aumento de ácido úrico (substância formada pelo organismo depois da ingestão de proteínas) no sangue da pessoa que, por sua vez, pode ser decorrente de alguns fatores:
produção muito alta de ácido úrico devido a algum defeito enzimático, de forma que os rins não conseguem eliminar por completo;
ausência congênita (presente ao nascimento) do mecanismo enzimático responsável pela eliminação do ácido úrico;
uso de medicamentos diuréticos que podem diminuir a excreção renal de ácido úrico.
Os primeiros sinais são inchaço e dor intensa em uma articulação isolada, normalmente começando pelo pé. Os sintomas vêm em crises, que podem durar de 3 a 10 dias. Depois, a pessoa volta a viver normalmente, e uma nova crise pode surgir em meses ou anos, acometendo a mesma articulação ou outras.
O tratamento é feito com medicamentos que reduzem a concentração de ácido úrico no sangue, associado a mudanças no estilo de vida (perda de peso, exercício físico, redução do consumo de bebida alcoólica).
4. Lupus
O Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica de origem autoimune. Ele pode ser cutâneo, quando afeta principalmente, ou apenas, a pele, ou sistêmico, quando afeta outros órgãos internos. Os mais comumente afetados são rins, articulações, pulmões e sistema nervoso.
Quando o lupus é sistêmico, os sintomas podem variar bastante e incluem: manchas na pele, dor em articulações, febre, fadiga generalizada, rigidez matinal das articulações, perda de cabelo, dor ao respirar, dor abdominal, dormências e formigamentos, entre outros.
A doença pode ocorrer em pessoas de qualquer idade ou sexo. As causas do problema não são exatamente definidas, mas há relação com fatores genéticos, hormonais e ambientais. Já o tratamento é feito com o uso de medicamentos corticosteroides, imunossupressores e anticoagulantes.
5. Esclerodermia
A esclerodermia, também conhecida como esclerose, é uma doença inflamatória crônica do tecido conjuntivo relacionada a fatores autoimunes. Ela causa o “endurecimento” da pele e de outros tecidos. Pode ser sistêmica, quando afeta a pele e os sistemas internos, ou localizada, quando atinge apenas uma região da derme do paciente. Nas áreas afetadas, a pele se torna mais espessa, brilhante e escura.
Os principais sintomas da doença incluem:
fenômeno de Raynaud (contração dos vasos sanguíneos das mãos e dos pés, de forma que eles se tornam muito frios, com dedos inchados, pálidos e arroxeados);
dor e rigidez nas articulações;
feridas nas pontas dos dedos;
perturbações gástricas, respiratórias e cardiovasculares (relacionadas à formação de tecido fibroso e cicatricial nos vasos sanguíneos que irrigam esses órgãos).
O tratamento é focado no controle da inflamação com medicamentos anti-inflamatórios, alívio dos sintomas e medidas de suporte, como fisioterapia e medicamentos locais.
Conhecer mais sobre a reumatologia e as doenças tratadas pelo reumatologista é importante para que os pacientes saibam identificar o problema e procurar o profissional certo quando necessário.