Criança ficou 15 dias internada, sendo maioria em UTI. Mãe contou a socorristas que babá tirou o menino da boca do animal, em Porangatu.
O bebê de 1 ano e oito meses que teve o antebraço amputado após ser atacado por um jacaré em Porangatu, no norte goiano, teve alta, nesta quinta-feira (8), do hospital onde estava internado em Goiânia. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra quando ele deixa a unidade de saúde (assista acima).
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O ataque aconteceu no dia 23 de junho, na Lagoa Grande. Após ser ferida, a criança foi transferida de helicóptero para o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), na capital. O menino ficou 15 dias hospitalizado, sendo que a maioria deles foi em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Mãe do pequeno Hudson, Valdelice Andrade, publicou imagens nas redes sociais durante o momento da alta. Pelas imagens, é possível ver a emoção da família.
Ao médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Juliano Ferreira, a mãe, que disse morar perto da lagoa, relatou que o bebê estava com a babá no parque. Ao escutar os gritos do filho, ela se deparou com o menino ferido nos braços da funcionária.
“Ela disse que a babá estava passeando com a criança, quando escutou o choro. A babá disse que o animal abocanhou o braço do bebê e puxou para a água. Ela contou que entrou na água e tirou a criança da boca do jacaré”, contou.
De acordo com o médico, o "braço estava muito destroçado" quando o bebê foi levado para atendimento. Agora, o pequeno está clinicamente bem.
"Ele vai ter vida normal. A articulação do cotovelo ficou preservada para poder implantar uma prótese futura”, explicou o profissional.
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A Polícia Militar informou que matou o jacaré que atacou o bebê. De acordo com corporação, um tio da criança foi atacado quando buscava os pertences do sobrinho que ficaram no lago e gritou por socorro. Com isso, uma viatura passava na região e realizou o abate do animal.
Telas de proteção após acidente
Após o acidente, a Prefeitura de Porangatu começou a instalar telas de proteção para evitar a aproximação de pessoas na Lagoa Grande.
De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente de Porangatu (Semma), as telas de proteção começaram a ser instaladas em pontos estratégicos da lagoa, no dia seguinte ao acidente. Além disso, placas de advertência também foram colocadas no local. O acesso à prainha da lagoa também
foi bloqueado.
Habitat da espécie
De acordo com a prefeitura, de 30 a 50 jacarés-tinga habitam a Lagoa Grande. O biólogo Edson Abrão conta como é o modo de vida dos animais, e que eles não têm costume de atacar pessoas.
“Geralmente o jacaré-tinga é menor do que outros jacarés. A espécie pode chegar a cerca de dois metros de comprimento. Eles não têm o costume de atacar pessoas, deve ter atacado porque se alimenta de mamíferos de pequeno porte. Eles comem peixes ou aves. Se ele pegar, ele pode matar, mas não é comum”, explicou.
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O biólogo ainda ressalta que, no caso da lagoa, a reprodução dos animais é fácil, principalmente pelo clima mais quente e pelo tamanho local. Ainda alerta sobre o risco de acidentes.
“Ali é o lugar dele sim, de ele reproduzir. O local deveria ter grades, pois podem ocorrer acidentes com animais, como cachorros que passam por lá. Deveriam ser remanejados para locais que eles se reproduzam melhor e que não apresentem riscos à sociedade”, explicou.
De acordo com o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente, Luziano Severino de Carvalho, os jacarés estão na lagoa de Porangatu há décadas. Ele explica que uma das alternativas é melhorar a segurança da lagoa.
"Há mais de 30 anos eles estão naquele local, o que se tem que ter é uma melhor segurança, saber se a alimentação deles está correta. É uma lagoa muito próximo do natural, é o habitat deles. Deveriam controlar melhor o acesso das pessoas ao local", explicou.
Fonte: G1
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