Um choro preso na garganta
Ainda estou paralisado pela notícia.
Toínho era, ao seu jeito, um exemplo de dignidade e de amizade sólida, discreta e leal.
Acompanhou e ajudou sem qualquer veleidade, interesse pessoal ou paixão nossa luta para mudar Macajuba, desde a década de 70.
E quando o desvio de rumo aconteceu e o equívoco personalista se estabeleceu, ele se manteve firme nas suas convicções ao lado da resistência democrática, aí em Macajuba, na Bahia e no Brasil dos ditadores.
Fala mansa, gestos comedidos, sem ódio e sem ressentimentos, suportou o isolamento político em que o colocaram com dignidade, seguindo sua vida simples e honesta, como simples, discreta e firme nas suas convicções eram seus traços marcantes de personalidade.
Vilma, Raquel e Silvaninho receberam dele o mesmo amor que sempre devotou às causas do bem, porque ele era uma pessoa do bem.
A família, os amigos, mulher e filhos, todos ainda precisávamos muito dele.
Foi-se, inesperadamente cedo, nos deixando um vazio e uma dor que não passarão.
São mistérios da vida e o inexplicável da destino, mas não deixa de ser uma grande injustiça
Foi-se um homem honrado, patriota e amigo leal - coisa rara nos nossos tempos.
Choremos todos. Perdemos todos.
Até um dia, Toínho do Engenho de Silvaninho !
Que o seu exemplo de vida bata no coração dos maus.
Aécio Pamponet
30.03.2021