Juliana Clemente Trindade Napimoga (CROSP 103335), professora da Faculdade São Leopoldo Mandic, explica que o estresse resulta em importantes alterações nas secreções de hormônios como cortisol e adrenalina, responsáveis por controlar a estabilidade das funções corporais, como pressão arterial, sono, respostas imunológicas contra agentes agressores, saliva, metabolismo energético etc. Na boca, os efeitos são vários. “Por diminuir o fluxo salivar, o estresse altera as respostas imunológicas contra agentes agressores e as estruturas bucais ficam vulneráveis a diversos fatores, podendo ocasionar diferentes tipos de doenças bucais.”
Entre os principais problemas, estão a diminuição de saliva e os distúrbios de sono e de ansiedade. “A saliva é extremamente importante para nossa saúde bucal, ela tem propriedades físicas e químicas que protegem nossos tecidos bucais. A diminuição da liberação da saliva na cavidade oral, associada a maus hábitos dos pacientes – tabagismo, falta de higienização oral, uso excessivo de bebidas alcoólicas e até mesmo predisposição genética –, pode resultar em doenças como periodontites, cáries e lesões de mucosas. Estas doenças não só comprometem as estruturas orais como podem comprometer outros sistemas do nosso corpo”, explica. Já os distúrbios de sono e ansiedade estão ligados ao desenvolvimento de bruxismo ou apertamento bucal, o que pode resultar em destruição da estrutura dental, desordens musculares e articulares, o que gera dor e pode até mesmo agravar as reações de estresse.