Tatuador profissional há 10 anos, há dois em São Tomé das Letras (MG), Jeferson Chevalier Neves, mais conhecido como Taguinho, recebeu um pedido de uma cliente inusitada - a avó dele, Cleudazir Caetano Cordeiro, de 75 anos. Ela decidiu fazer uma tatuagem com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, a primeira da vida.
Taguinho tem atualmente dois estúdios na cidade de São Tomé das Letras, mas já teve outros estúdios em várias partes do Brasil. Ele leva um estilo de vida viajante, mas mesmo assim tenta sempre manter a proximidade com a avó. Apesar de sempre incentivar as tatuagens, ele conta que ficou surpreso com o pedido, já que é raro pessoas da idade dela tatuando.
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“É uma quebra de tabu gigantesca, porque já se passaram 75 anos da vida. Pessoas dessa idade têm muita coisa implantada na cabeça. E ela se abriu para isso, foi surpreendente, magnifico e é gratificante pra mim como artista e como neto. Fora que isso serve como exemplo para ampliar a visão das pessoas também”, comentou o tatuador.
Dona Cleuza contou que no começo ficou com receio da dor, mas que o processo foi bastante tranquilo, e que ainda pretende fazer mais. “Não doeu. Eu decidi fazer a minha primeira tatuagem porque eu sempre quis fazer uma homenagem a Nossa Senhora da Aparecida, meu neto me incentivou, foi gentil comigo. Eu gostei muito dela, ele tem uma mão santa, porque cicatrizou muito bem, e já está perfeita. Agora quero estar forte para fazer mais, se Deus quiser.”
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De acordo com o artista, as diferenças durante o processo, em função da idade, são pequenas. "Na pele mais madura a pigmentação demora mais para ser aplicada, e o fato de ser mais flácida e com rugas dificulta um pouco o processo. O restante não interfere em nada. As pessoas têm uma ideia errada das tatuagens em peles envelhecidas, na verdade a tatuagem disfarça cicatrizes, manchas e até rugas. A vida é muito curta para não se tatuar”.
Para Cleuza, as tatuagens são apenas expressões artísticas que deveriam ser vistas com outros olhos. “Acho que esse preconceito antigo não tem nada a ver, o que manda é o caráter da pessoa. E não tem idade para isso. Hoje em dia muita gente tem, quem quiser fazer, que faça sim, assino embaixo”.
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Fonte: G1