"As pessoas não querem mais me dar a oportunidade de trabalhar. As pessoas falam em redes sociais que não posso voltar. Eles vão colocar o pão na minha mesa? É uma pergunta que faço todo dia: por que não posso voltar a fazer o que amo fazer? A sociedade é a primeira que cobra você voltar a trabalhar. A ressocialização de um preso é responsabilidade da sociedade. Ela te cobra, mas não dá oportunidade", questionou.
Desde que foi condenado pelos crimes, Bruno tentou por diversas vezes voltar ao futebol, mas sem sucesso. Na maioria dos casos, os protestos dos torcedores e a perda de patrocínios dos clubes por causa de sua chegada acabaram inviabilizando a continuidade do goleiro. Em outros casos, a Justiça não o liberou para voltar aos gramados.
Ele chegou a acertar com Boa Esporte-MG, Tupi-MG, Poços de Caldas, Fluminense de Feira de Santana e Operário de Várzea Grande.
"Fiquei quase dez anos afastado da profissão e gostaria de recomeçar minha vida. Fazendo aquilo que amo fazer. Opiniões, cada um tem a sua. Quero voltar a trabalhar como atleta profissional e vou voltar", garantiu.
"Eu posso dizer que sou um ser humano melhor. Você aprende muito na prisão. Hoje dou valor a um copo de água gelado".
Aos 35 anos, Bruno cumpre regime semiaberto, mas ainda nega autoria do crime. O ex-goleiro se casou de novo e tem uma filha do novo relacionamento.
"Eu não mandei matar ninguém. Se fosse hoje, eu falaria para ela buscar os direitos dela, contratar advogado. Não ia deixar a situação na mão de terceiros. Eu mesmo ia resolver. Eu era muito novo e deixei na mão de pessoas que tomavam conta da minha vida. Eu só queria jogar futebol", garantiu.
O ex-goleiro do Flamengo diz que a morte de Eliza não foi causada por causa de pensão alimentícia ou Bruninho.
"A situação vai muito além disso, mas se você me perguntar eu não vou te responder. Por que eu não posso. A Eliza é vítima de pessoas do processo. A situação não estava no meu domínio. Eu paguei essa conta", disse
Bruninho, 10 anos, é criado pela avó, mãe de Eliza Samudio.
"Eu vou contar tudo para ele. Eu pediria perdão ao meu filho. Se ele quiser me perdoar, ficará a critério dele. Vou respeitar a opinião dele", afirmou.
© Gazeta Press Bruno Fernandes, goleiro |
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