(Fotos Cristiano Silva) |
A Campanha da Fraternidade 2018 retoma o debate sobre a superação da violência.
Este tema, infelizmente, continua atual pois, como o próprio texto-base nos aponta, o Brasil não construiu caminhos efetivos e eficazes na superação desse mal que tanto aflige o povo brasileiro.
Desta vez, nossas comunidades são desafiadas a refletir sobre as causas profundas e históricas da violência. Há uma tentação muito grande de falarmos somente sobre a violência mais visível que todos os dias os meios de comunicação nos mostram fartamente. É muito comum reduzir o debate sobre violência às ações criminosas, em particular ao tráfico de drogas e à corrupção.
Homicídios, sequestros, estupros e diversas outras formas de violência são traduzidos em números e constituem a principal e mais imediata preocupação dos cidadãos. É essa forma de violência que costuma ser objeto de políticas públicas com vistas tanto ao combate como à punição dos agressores. (Texto Base nº 27)
No atual mapa da violência identificamos mortes e agressões causadas pelo preconceito e a discriminação de jovens, sobretudo negros e pobres; o feminicídio – mulheres assassinadas dentro de casa pelos próprios companheiros; o tráfico humano; a perseguição a trabalhadores rurais e comunidades tradicionais.
A Campanha da Fraternidade nos desafia a fazer um olhar mais profundo e perceber que a violência, para além dos atos criminosos comuns, é sistêmica. A história do Brasil está recheada de processos violentos e que frequentemente encaramos como naturais e necessários. Não nos escandalizamos com o extermínio dos indígenas, com a escravização dos negros, com a violência dos fazendeiros ou com os métodos de tortura e morte da Ditadura militar.
Como cristãs e cristãos, não podemos cair nessa armadilha fazendo leituras superficiais e equivocadas. A experiência cotidiana da violência, frequentemente nos leva a pensar que a solução do problema está em ações mais violentas ainda. É assustador quando vemos pesquisas mostrarem que, mais de 60% de cristãos são a favor da pena de morte. Estas pessoas se esquecem que são seguidoras de Jesus de Nazaré, vítima desse tipo de condenação. Não se lembram que Jesus foi duramente torturado e morto pelos poderosos da época. Não se dão conta de que a maioria dos santos e santas de quem são devotos, também foram condenados à morte porque sua compreensão da vida e seu compromisso contrariavam os interesses do Império Romano. Antes de tudo, é preciso afirmar nossa fé no DEUS DA VIDA, acreditar em nossa vocação para a felicidade e aceitar o desafio de assumir a defesa do bem comum e a construção da paz, fruto da justiça.
Macajuba, 15/01/2018
Clêusa Alves da Silva
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