O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse em pronunciamento em rede nacional de televisão na noite desta 3ª feira (23.mar.2021) que o governo brasileiro promove a vacinação contra o coronavírus.
Continue lendo após a publicidade “Ao final do ano teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população. Muito em breve retomaremos nossa vida normal”, declarou. O governo tem sido criticado pela demora na aquisição de imunizantes e por mudanças nos cronogramas de vacinação.
Bolsonaro tenta reduzir a pressão à qual está submetido. Nesta 4ª feira deve ser reunir com governadores e chefes dos outros poderes para discutir medidas contra a pandemia. Os chefes dos Executivos estaduais têm procurado se articular com o Congresso.
Ele listou ações do Executivo para compra dos imunizantes. “Sempre afirmei que adotaria qualquer vacina, desde que aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e assim foi feito”, declarou Bolsonaro.
Bolsonaro citou, porém, o imunizante da Janssen, que até o momento não pediu licenciamento da agência. No passado, também afirmou que não seriam compradas doses da China.
Eis os momentos em que o presidente citou compra de vacinas nesta 3ª:
Oxford/AstraZeneca – “Em julho de 2020 assinamos um acordo com a universidade de Oxford para produção, na Fiocruz, de 100 milhões de doses da vacina AstraZeneca. E liberamos, em agosto, R$ 1,9 bilhão”
Covax Facility – “Em setembro de 2020, assinamos outro acordo, com o consórcio Covax Facility, para produção de 42 milhões de doses. O 1º lote chegou no domingo passado e já foi distribuído para os Estados”
Coronavac – “Em dezembro, liberamos mais R$ 20 bilhões, o que possibilitou a aquisição da Coronavac, através de acordo com o Instituto Butantan”
Pfizer – “Neste mês intercedi pessoalmente junto à fabricante Pfizer, para antecipação de 100 milhões de doses que serão entregues até setembro de 2021”
Janssen – “E também com a Janssen, garantindo 38 milhões de doses para este ano”
O pronunciamento foi realizado em um dos momentos de maior pressão sobre o governo federal desde que Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto, em 2019. O número de mortos pelo coronavírus no Brasil se aproxima de 300 mil.
O governo federal tem atualmente seu 4º ministro da Saúde desde o início da pandemia. Saíram Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e, por último, o general Eduardo Pazuello. Marcelo Queiroga assumiu o cargo mais cedo nesta 3ª.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chegou a sugerir o nome da médica Ludhmila Hajjar a Bolsonaro quando ele procurava um substituto para Pazuello, mas a indicação não prosperou. Políticos do Centrão têm dito que o Ministério da Saúde não tem mais espaço para errar.
Bolsonaro desde o começo da pandemia se colocou contra as medidas de isolamento social, apontadas por especialistas como a melhor forma de conter o avanço do vírus na ausência das vacinas.
Também minimizou os perigos da doença, chegando a falar em “gripezinha” em pronunciamento na TV no início de 2020.
Bolsonaro entrou em atrito com governadores por causa disso. Os chefes dos Executivos estaduais adotaram medidas de restrição da circulação para tentar conter as contaminações. Bolsonaro chegou a chamar de “exterminadores de empregos“ os políticos que implantavam essas políticas.
Ele dizia que não era razoável parar a economia por causa do vírus. “Desde o começo eu disse que tínhamos 2 grandes desafios: o vírus e o desemprego”, afirmou Bolsonaro no pronunciamento desta 3ª. Ele não citou o isolamento social.
O presidente da República não demonstrou, de início, entusiasmo com a vacinação. Disse publicamente que não tomaria o imunizante. Também lançou desconfianças sobre substâncias desenvolvidas pela China, país que é potência da indústria farmacêutica.
Quem puxou essa discussão no Brasil foi o governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP). Ele anunciou no meio de 2020 que o Instituto Butantan havia fechado contrato para produzir um imunizante desenvolvido pela chinesa Sinovac, conhecido como CoronaVac.
O governo federal tem sido criticado por ter demorado para buscar a compra de vacinas. Outros países compraram doses para imunizar suas populações. O Brasil tem dificuldades para adquirir as substâncias devido à alta demanda global.
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